O Ministério Público do Trabalho chamou na chincha a APM Terminals, DMX Logística (empresa terceirizada pelo transporte no porto de Itajaí) e o sindicato dos Transportadores Autônomos de Contêineres e Cargas em Geral de Itajaí Região (Sintracon) pra apurar denúncias de trampo forçado com turnos de 24 horas dentro do terminal peixeiro. O conversê rola amanhã, às 14h, em Floripa, na Procuradoria Regional do Trabalho da Santa & Bela.
Continua depois da publicidade
Ao todo, 30 motoras foram contratados pela DMX pra fazerem a movimentação de cargas dos navios atracados. Eles reclamam que, além das longas jornadas sem descanso, são proibidos de sair dos brutos ...
Ao todo, 30 motoras foram contratados pela DMX pra fazerem a movimentação de cargas dos navios atracados. Eles reclamam que, além das longas jornadas sem descanso, são proibidos de sair dos brutos até mesmo pra almoçar, dar uma mijada ou fazer o número 2.
Continua depois da publicidade
Apesar das condições precárias de trampo, o motora que procurou o DIARINHO pra dedurar a sacanagem empregatícia pediu pelamordedeus pra não ser identificado na reportagem. Ele trabalha como autônomo pela DMX e conta que todos os colegas de profissão são submetidos à escravidão. O cara ainda palpita que o sindicato da categoria tem o rabo preso, pois teria dado diombro pra reclamações antigas dos motoristas.
O presidente do Sintracon, Ademir de Jesus, tá meio confuso quanto à responsa do sindicato em defender os caminhoneiros. O cara explica que a APM terceirizou os serviços da DMX, que por sua vez contratou um dono de caminhão independente. Este, por fim, acertou com motoristas autônomos pra executar os trampos.
Continua depois da publicidade
Bico calado
Por meio da assessoria de imprensa, a APM Terminals informou que não irá se manifestar no momento sobre o assunto e jogou a bomba pra empresa de transportes. A DMX Logística foi procurada durante a tarde de ontem pela equipe de reportagem, mas o diretor geral da empresa, Mayckon Cabral, e o contator John Artmann estavam em reunião e não puderam atender. Ninguém mais estava autorizado a prestar esclarecimentos.
Na última sexta-feira, as partes envolvidas no perrengue foram intimadas pelo MPT pra conversinha de amanhã com o procurador Anestor Mezzomo. Nós marcamos essa audiência pra colher informações sobre a denúncia, revela o dotô.
Se as tretas forem confirmadas, Mezzomo conta que um termo de compromisso será firmado e as partes terão que corrigir cada uma das irregularidades. Existe ainda a possibilidade das empresas pagarem multa pros funcionários, mas o procurador preferiu não garantir nada antes da reunião.