Tiras da divisão de Investigações Criminais (DIC) de Itajaí prenderam no início da madruga de sexta-feira o autor dos disparos que mataram o jardineiro e ex-presidiário Jonathan Carlos da Silva, o Teco, 40 anos, na noite de terça-feira. Na versão da polícia, R.A.M., de apenas 16 anos, fez a execução por ordem do primeiro Grupo Catarinense (PGC), uma organização criminosa que tem parte de seu comando nos presídios do estado.
A prisão de Rafael rolou em frente ao ferribote. O investigador Adenílson Santos de Souza revelou que a polícia já tava no encalço do dimenor há mais ou menos três semanas por saber da sua ligação ...
A prisão de Rafael rolou em frente ao ferribote. O investigador Adenílson Santos de Souza revelou que a polícia já tava no encalço do dimenor há mais ou menos três semanas por saber da sua ligação com o PGC. Os homidalei só chegaram ao paradeiro do bandidinho graças a um informante, que indicou onde ele estava. Com o apoio de policiais civis de Floripa que caçam pelo estado os membros do PGC, os tiras da DIC montaram uma campana em frente ao ferribote e pegaram o fedelho quando ele apareceu por lá num mototáxi.
Inventou migué pra morte
A polícia não acreditou nas versões que R. deu para ter executado o vizinho Teco com quatro balaços, numa das ladeiras do morro do Matadouro. Numa delas, disse que matou o jardineiro porque o cara invadiu e furtou sua baia. Na outra versão, foi por legítima defesa. Ele justificou que o cara o ameaçou de morte depois, contou o agente Hudson Alexandre Rodrigues, da DIC.
Os tiras acreditam que o gurizinho, que é de Joinville e mora sozinho em uma baia no Matadouro, tenha matado a mando de um dos peixes grandes do PGC. Por algum motivo que a polícia ainda não sabe explicar, Teco tinha broncas com a bandidagem da facção criminosa desde a época em que cumpriu pena por furto.
A polícia também não tem dúvidas de que R. seria uma espécie de contato do PGC na região. Quem você acha que o mantém sozinho aqui? Ele não ia dizer mesmo que alguém mandou matar, provocou um policial.
Pra polícia, que já vem mapeando há anos os membros da organização criminosa, o menino apreendido ontem de madrugada em Itajaí e que confessou tranquilamente ter matado o ex-presidiário, é um dos matadores que o PGC tem espalhados pelo estado. O guri já tava na mira da polícia há cerca de três semanas. Ele iria cometer outro assassinato ainda este ano, revelou o investigador Adenilson, sem dar detalhes da história.
Rafael prestou depoimento ontem de manhã na DIC e, em seguida, foi encaminhado pro centro de Atendimento Sócio-educacional Provisório (Casep), antigo CIP, que fica no bairro Cidade Nova.
Como Teco perdeu a vida
Viciado em crack, Teco, que era ex-presidiário, foi executado com quatro tiros, por volta das 20h30 de terça. O corpo do rapaz foi encontrado numa das ladeiras da rua Luiz Panca pela própria mulher. Os tirombaços atingiram o peito, o pescoço, as costas e a barriga do jardineiro, que morreu antes mesmo de ser socorrido pelos paramédicos.
Filho de gente trabalhadora, Teco chegou a cumprir pena no cadeião que fica lá mesmo no Matadouro por furto. Em 2008, foi colocado em liberdade pela dona justa e desde então trampava como jardineiro. Estaria longe do crime, mas não das drogas. Ele era viciado em crack.