Itajaí

NO NOSSO CARTÃO-POSTAL

A avenida mais famosa de Itajaí é território livre pra venda e consumo de drogas

Por Leonardo Thomé

Fotos: Patrick Formosinho

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

Fotos: Patrick Formosinho

Continua depois da publicidade

O relógio marcava 00h40 na avenida Victor Konder, a popular avenida Beira-rio, no início da madrugada do dia 26 de novembro de 2011. Perto do contêiner que faz às vezes de depósito dos barcos da associação Náutica de Itajaí (ANI), três homens conversam num círculo fechado. Depois de receberem o que aparenta ser crack nas mãos, dois deles se afastam. O terceiro segue em direção à ANI e esconde um saco plástico no meio das embarcações. O vai-e-vem de viciados ali é intenso. Uns chegam caminhando, outros de bicicleta. A maneira de aparecer é variada, os rostos também, mas o objetivo deles é o mesmo: vender, comprar e usar drogas num espaço público nobre da cidade, que a noite vira ponto de tráfico de entorpecentes.

Cenas como a descrita acima são frequentes nas noites de sextas-feiras e madrugadas de sábado. No entorno de alguns dos restaurantes e bares mais badalados de Itajaí, tendo como cenário o Saco da fazenda, e a morraria da Atalaia, homens de diversas idades vendem e fumam crack ou maconha.

O presidente da ANI, Cláudio Copello, já conhece a cena. Ele disse que não aguenta mais ver a estrutura da entidade servir de esconderijo pra malandragem. “Alguém precisa vir aqui e limpar essa área”, constata.

O DIARINHO captou alguns desses flagrantes, que vão desde o achaque de motoristas atrás de uma moedinha, passando pelo uso da rua como banheiro até a distribuição de drogas em meio à vegetação. Tudo isso rola num trecho de cerca de 200 metros, que vai desde o restaurante Boqueirão Dupera até a imobiliária 1000 imóveis, no sentido do passeio de Sodegaura em direção ao Centreventos. Fantasiado de flanelinha, um cara de camiseta vermelha anda de um lado pra outro e, vez por outra, fuma pedra numa lata na margem do rio. A movimentação de traficantes e dependentes é intensa, principalmente entre a meia-noite e às duas da madrugada.

É nesse horário, segundo Sandra Dreissig, 33 anos, pedestre que passa pela Beira-rio todo dia na caminhada de ida e volta pro trabalho, que a criminalidade corre solta, com homens de aspecto sujo e rostos transtornados andando de um lado pra outro e, por vezes, entrando no meio dos arbustos pra consumir drogas. As latas, os fósforos, as bitucas de cigarro, são alguns dos objetos com que Sandra se depara diariamente na calçada. “Como eu passo de dia, vejo muita sujeira e em alguns pontos um forte cheiro de urina. Quando passo de noite, vejo o movimento estranho de pessoas no meio do mato”, revela.

Com três meses de vida, a professora E.B., 63 anos, peixeira nata, se mudou pra avenida Beira-Rio, na casa que ainda vive nos dias de hoje. As lembranças de um lugar calmo da cidade, onde as noites eram silenciosas e tranquilas, ficaram no passado. Atualmente, segundo E., apenas a paisagem é a mesma. “Eu vejo a venda de drogas direto. Eles tiram do bolso e passam ali mesmo, no meio das árvores ou na beira do rio. E isso sempre acontece de madrugada. À noite eu não consigo dormir, não só pelas drogas, mas principalmente pelo barulho insuportável”, conta, antes de dizer que também já teve a casa assaltada.



WhatsAPP DIARINHO


Conteúdo Patrocinado



Comentários:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Clique aqui para fazer o seu cadastro.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.


Envie seu recado

Através deste formuário, você pode entrar em contato com a redação do DIARINHO.

×






216.73.216.96


TV DIARINHO


🚨 OPERAÇÃO NO MATADOURO! | Cinco pessoas foram presas por tráfico de drogas em Itajaí. A ação da PM ...



Especiais

Entre a polícia e o tráfico, moradoras do Complexo da Penha ficam com os escombros

RIO DE JANEIRO

Entre a polícia e o tráfico, moradoras do Complexo da Penha ficam com os escombros

Inteligência, participação social e coordenação: como combater o crime sem chacinas

CHEGA DE CHACINAS!

Inteligência, participação social e coordenação: como combater o crime sem chacinas

Nascidos no caos climático

NOVA GERAÇÃO

Nascidos no caos climático

Afinal, quanto dinheiro o Brasil recebeu de financiamento climático?

CLIMA

Afinal, quanto dinheiro o Brasil recebeu de financiamento climático?

Boulos substitui Macêdo com desafio de levar temas sociais para Secretaria da Presidência

ESCALA 6X1

Boulos substitui Macêdo com desafio de levar temas sociais para Secretaria da Presidência



Blogs

Itajaí ganhará em mobilidade com a Contorno Oeste

Blog do Magru

Itajaí ganhará em mobilidade com a Contorno Oeste

Festa da Lu

Blog da Jackie

Festa da Lu

Tem que dizer tchau

Blog do JC

Tem que dizer tchau



Diz aí

"O Metropol era o melhor time do estado. O Marcílio era o segundo"

Diz aí, Anacleto!

"O Metropol era o melhor time do estado. O Marcílio era o segundo"

"Tem que entregar. Ninguém está garantido nesse governo. Nem nós."

Diz aí, Rubens!

"Tem que entregar. Ninguém está garantido nesse governo. Nem nós."

“Acho que a atividade-fim tem que se manter 100% pública, que é a educação”

Diz aí, Níkolas!

“Acho que a atividade-fim tem que se manter 100% pública, que é a educação”

"Nosso projeto é de clube formador, de dar oportunidades aos jovens talentos"

Diz aí, Bene!

"Nosso projeto é de clube formador, de dar oportunidades aos jovens talentos"

“O gargalo que a gente enfrenta é a mão de obra e a qualificação da mão de obra”

Diz aí, Thaisa!

“O gargalo que a gente enfrenta é a mão de obra e a qualificação da mão de obra”



Hoje nas bancas

Capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.