Era perto das 10h quando os bandidos invadiram o restaurante pela cozinha. Eles estavam de cara limpa, com armas em punho e logo anunciaram o assalto. Mandaram não olhar pra eles e ir pro depósito, conta a cozinheira I., 36, que foi a primeira a vê-los. Ela e outros sete funcionários foram levados pro depósito. Um deles ficou lá apontando a arma pra nossa cabeça, lembra a cozinheira com lágrimas nos olhos. Enquanto isso, os outros dois ladrões foram até o escritório onde estava o gerente G.S.O.
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Pros funcionários do restaurante, tudo indica que os bandidos estavam de tocaia, já que a porta da cozinha costuma ficar cadeada e somente foi destrancada pra receber uma carga de verduras. Eles deviam estar esperando, porque aproveitaram que a porta estava aberta pra entrar, comenta S, 41, também cozinheira.
Mas foi o gerente quem passou pelo pior. Por duas vezes viu a morte de pertinho. Na primeira, contava a dinheirama do final de semana quando foi surpreendido pelos bandidos de arma em punho. Eu estava
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no escritório. Só vi quando eles já estavam lá dentro, contou ao DIARINHO, completando: Foi a pior experiência da minha vida. Botaram a arma na minha cabeça e pediram o dinheiro.
Vizinho chamou a polícia
Um vizinho que viu os criminosos entrando no Chef Waldemar com a arma na mão, avisou à polícia. Quando a PM cercou o restaurante, G. passou pelo segundo estresse. Na breve e frustrada negociação com os homidalei, um dos assaltantes levou o gerente até uma porta lateral e ameaçou estourar seus miolos. Eles começaram a discutir. Ele estava com a arma na minha cabeça. Foi horrível, relatou G.
Sem negociação
A negociação com a PM foi frustrada. Pedimos que entregassem as armas, mas eles não quiseram conversa, contou o tenente Geraldo Rodrigues Alves, que participou do cerco aos bandidos.
A conversa entre ladrões e polícia foi seguida de um tiroteio. O bandido que tinha G. sob a mira do revólver largou o gerente e tentou escapar correndo. Pela versão oficial, na fuga o ladrão meteu bala pra cima dos homidalei. Acabou levando três balaços no bucho e morreu no quintal de uma baia vizinha.
Até ontem à tarde, o bandido não tinha sido identificado. Com ele foi recolhida uma arma calibre 38 e cerca de 300 pilas roubados do restaurante.
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O assaltante Elias Luis Schats, 27, também tentou fugir na correria e mandando tiro na polícia. Não foi longe. Levou um tiro na barriga e caiu ainda perto da porta do restaurante. Ele foi socorrido pelo pessoal do Samu e levado pro hospital Ruth Cardoso. Ontem à tarde, Elias passou por cirurgia e continuava malemale. Por conta disso, ainda não foi ouvido pelos homidalei.
Helicóptero foi usado pra caçar bandido que siscapoliu
O terceiro assaltante conseguiu siscapulir. S., uma das funcionárias do restaurante, ao perceber a chegada dos bandidos se escondeu próxima à maquinha de fritura das batatas. De lá, agachadinha, viu quando o bandido arrebentou o forro da cozinha e siscapuliu pelo teto. Os policiais reviraram o Chef Waldemar e não encontraram o assaltante.
Um vizinho contou à polícia que viu um homem entrar num carro branco, que estava no meio do matagal que tem nos fundos do restau
rante. O cara simandou em alta velô pouco depois do tiroteiro. .
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A polícia Militar chegou a usar o helicóptero Águia, com atiradores de elite, pra caçar o bandido fugido. O avião de rosca rodou por quase uma hora na região, voou sobre os matagais e as margens do rio Camboriú. Mas o criminoso não foi encontrado.
Bandidos sabiam da rotina
Logo depois do tiroteio, policiais civis foram até o restaurante e conversaram com os trabalhadores que ficaram como reféns dos bandidos. O delegado Márcio Colatto abriu um inquérito e ainda esta semana vai começar a ouvir testemunhas e os PMs que participaram da troca de tiros com os assaltantes. O dotô não descarta a possibilidade que os bandidos sabiam da rotina do restaurante. Ninguém veio do acaso. Com certeza foi algo bem premeditado, comentou.