A exemplo da maioria dos vizinhos, Marcos não tem dúvidas de que o fechamento do trecho sul da avenida Beira-mar está relacionado com as obras do condomínio Mirage. A prefeitura fechou porque aquele espaço já pertence ao empreendimento. Nós perdemos toda aquela rua para um edifício, protesta o cara, que vai encabeçar a manifestação de domingo.
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Marcos lembra que a avenida está fechada há, pelo menos, dois anos. Desde então, a prefa tocou as obras de calçamento da avenida José Medeiros Vieira e deixou o trecho, de cerca de 150 metros de extensão, no esquecimento. A acessibilidade naquele canto deixou de existir. Virou uma área morta do bairro, acrescenta o eletrotécnico.
A mobilização do finde vai tentar convencer a dona Justa de que a área precisa ser recuperada pela prefa. Mais do que isso, os moradores querem minimizar os impactos da especulação imobiliária na Brava. A gente já sabe que é difícil salvar a praia Brava desse crescimento. Mas o que a gente quer é, pelo menos, tentar resgatar nossa rola marítima, diz.
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O eletrotécnico ainda não definiu um horário para a manifestação de domingo, mas prevê que o berreiro role depois do almoço. A gente ainda está vendo. Mas vamos ficar em frente ao motel Vis à Vis, na rodovia Osvaldo Reis, e caminhar até a praia, confirma. Durante o berreiro serão colhidas assinaturas, que serão encaminhadas ao ministério Público
O professor de Educação Física, Pablito Marcondes, 49, não mora na Brava, mas achou um absurdo a rua estar fechada. Provavelmente, é por causa da empresa. Se alguém diz que não, está ocultando a verdade, opina.
O empresário Jorge Ledesma, 26, proprietário de um bistrô na praia dos Amores, acha que o fechamento deixou aquela parte da avenida mais perigosa para o povão. É um local sem iluminação e sem guarda. À noite, fica perigoso caminhar por ali, avalia.
Abobrão garante que fechamento não rolou por causa do Mirage
Paulo Praun Cunha Neto, secretário de Urbanismo de Itajaí, garante que o fechamento não tem ligação com o empreendimento Mirage. Ele diz que o bloqueio rolou há cerca de três anos, por conta de uma série de denúncias de moradores locais. Recebemos muitas reclamações de que havia gente indo pra lá fazer baderna e escutar som alto. Por isso, decidimos fechar, explica.
O secretário acrescenta que o trecho vai receber uma praça pública, conforme projeto aprovado em 2007 pela câmara de Vereadores. Contudo, ele não sabe dizer quando a obra será feita. A praça ainda tem algumas definições a serem feitas. A gente não pode dizer quando vai sair, esquivou-se.
Praun carca que se o berreiro de domingo é contra a instalação do condomínio Mirage, o pessoal perderá tempo reclamando. Se eles vão fazer manifestação por isso, é por falta de informação, detona.
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Empresa diz não ter nada a ver
Nelson Queiroz, gerente-comercial do grupo Brava Beach, também tratou de isentar a empresa da culpa pelo fechamento da rua. Ele fez questão de dizer que a mexida na avenida principal da praia Brava não tem o dedo do condomínio Mirage. O que a prefeitura decidir fazer com a rua, para nós, é indiferente. Não existe absolutamente nada a ver com o empreendimento, jura Nelson. Ele garante que o projeto do edifício não inclui o fechamento de ruas. Há um equívoco das pessoas, ao imaginar que seja uma atividade da empresa, afirma.