O povão do bairro Fazenda sijunta hoje, às 19h30, na sede da associação de moradores para definir o que fazer em relação à construtora Mendes Sibara. Segundo eles, tanto a secretaria de Obras quanto a empresa ainda não pagaram as multas que receberam da fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai) por terem mexido no curso do córrego da rua Cecília Brandão, que passa no terreno da construtora.
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Para piorar a situação, semana passada máquinas teriam revirado terra novamente na área. Não pagaram a multa e ainda vão querer construir outro prédio lá, descasca o servidor público Moacir Veiga ...
Para piorar a situação, semana passada máquinas teriam revirado terra novamente na área. Não pagaram a multa e ainda vão querer construir outro prédio lá, descasca o servidor público Moacir Veiga Kienast, 32 anos.
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Ele acredita que boa parcela dos moradores da localidade do BNH, onde o terreno da empresa está localizado, vai dar as caras para discutir as medidas a serem tomadas contra a Mendes Sibara. Nós temos em torno de 180 casas na região, e todos foram convidados, explica. Uma das hipóteses é levar o caso ao ministério Público e sugerir uma ação civil pública para brecar o ímpeto da construtora.
O rolo começou em maio, quando máquinas da secretaria de Obras da prefa peixeira foram flagradas detonando a vegetação no terreno da Mendes Sibara e aterrando uma lagoa. O povão dedurou a treta à Famai. Na época, a superintendente do órgão, Rogéria Gregório, confirmou que peões da secretaria mexeram no curso do córrego e na vegetação, sob pretexto de evitar que baias daquela região sofressem com enxurradas. Engenheiros da Mendes Sibara também participaram da intervenção.
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Ontem, ao DIARINHO, a abobrona Rogéria confirmou que a secretaria de Obras e a empresa entraram com recurso e ainda não pagaram a multa. Este recurso foi encaminhado à comissão de julgamento da Famai, que vai avaliar, explicou. A Mendes Sibara e a secretaria de Obras foram multadas em 10 mil reales cada uma. Para tentar escapar da carcada, a empresa apresentou à Famai um projeto de Recuperação de Área Degradada (Prad), para tentar melhorar a cagada que fizeram. Se o plano passar pela comissão da fundação, a carcadinha pode ser anulada. A Famai vai julgar se mantém ou altera o valor da multa, explicou Rogéria.
Está por fora
Procurado pelo DIARINHO, o empresário Luiz Mendes, dono da construtora, se esquivou. Perguntado sobre a multa, sequer confirmou se a empresa recebeu a carcada ou não. Como eu vou saber? Não é da minha área, disse.
Moradora do bairro, a dona de casa R.T., 62 anos, antecipou que não vai aparecer na reunião de logo mais. O que vai adiantar? Não vai resolver nada. Ninguém vai pagar à Mendes Sibara o valor que ela investiu no terreno, resumiu a muié. Ela revela que a empresa está sim tocando a construção de um edifício no terreno. Vão sair duas torres de 20 andares, detalha a moradora.
O aposentado Elso Pereira Bicudo, 74 anos, não mora no bairro Fazenda, mas diz que gostaria de participar da reunião. Para ele, a especulação imobiliária vai acabar com mais uma área verde de Itajaí. O setor imobiliário está destruindo o nosso país; esta é que a é verdade, concluiu.