Itajaí
Polícia bota em cana quadrilha que invadia terras só para vender
Caras invadiam terrenos públicos de Navega e depois vendiam pra gente simples
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A polícia Civil e Navegantes prendeu cinco envolvidos na sacanagem de invadir terras públicas pra revender à gente simples e humilde, que comprava gato por lebre, e depois se ferrava.
A quadrilha foi indiciada por estelionato, organização criminosa, tráfico de drogas e crime ambiental. A polícia investiga ainda se o assassinato no bairro São Paulo seria um acerto de contas entre a quadrilha e uma vítima que comprou o terreno e não pagou.
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A denúncia feita pelo Ministério Público provocou uma investigação que iniciou há quatro meses. Os envolvidos invadiam os terrenos públicos, cercavam, destruíam a vegetação e deixavam o terreno limpinho. Depois se faziam passar por donos e vendiam pra gente simples.
Cerca de 20 pessoas deduraram que compraram o terreno invadido com a promessa de que tudo estava legalizado. A maioria das vítimas comprou lotes numa área conhecida como Nova Canaã, no bairro São Paulo.
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Os prazos para pagamento da terra variavam de 10 a 48 meses. As parcelas ficavam entre R$ 300 a R$ 500 e os terrenos geralmente eram comercializados por até R$ 20 mil.
Foram presos pela safadeza Alexandre de Oliveira, 32 anos, Giovani Gonçalves, 21, Jonathan Pereira,32, Alexandre Luebke, 28, e Patrícia Silva dos Santos Pereira. A mulher ajudou nas investigações e foi liberada na tarde de ontem. O restante do grupo tá com a prisão temporária decretada.
Livro caixa
A polícia apreendeu um caderno que continha a contabilidade da venda ilegal de terrenos. Pelo menos 30 negociações estavam em andamento. Eles faziam um contrato de compra e venda com as vítimas. Um vendia, outro arrecadava, outro ameaçava caso o pagamento não fosse feito, explicou o delegado Rodrigo Coronha.
Além do livro caixa, a polícia ainda apreendeu celulares, recibos de compra e venda e outros documentos que confirmam a ação criminosa da quadrilha.
Ameaças
Quando o acordo não era cumprido pelos compradores, a ameaça corria solta. De acordo com o delegado, os vendedores tinham passagem pela polícia e por isso metiam medo no povão que comprava os lotes. Alguns tinham passagem por tráfico, outros por roubo.
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A polícia também investiga se a morte de Onofre de Melo Rodrigues, assassinado em 19 de janeiro, no bairro São Paulo, está relacionada com o caso. A suspeita é que ele estaria devendo as parcelas da compra de um terreno e pagou com a própria vida.
Trafica é o cabeça
Durante a investigação, a polícia descobriu que um dos cabeças do bando também atuava no tráfico de drogas. Adélcio Ribeiro, 29 anos, foi preso dia 19 de janeiro, com 10 quilos de erva. Ele usava uma Fiorino, plotada com a logo da agropecuária e Comercial Pereira, para fazer a correria do tráfico. Na Fiorino, os policiais encontraram 12 tabletes de maconha, que somavam cerca de 10 quilos da droga. Adélcio foi preso no bairro São Paulo.