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Espírito de propinas: desesperanças e revoltas


Quando parece que tudo sai da linha, quando não há mais trilhos para o trem passar, temos o gosto ácido, amargo na boca; sensação de pratos vazios, desesperança. Se a República [coisa pública] deixa de manter o caráter público [aquilo que é realizado em nome de todos], tendo como causa a apropriação indébita, imoral, circunstâncias muito mais do que meras suspeitas, ou o comportamento que se desvia da ética necessária do comportamento, entramos em desesperança, vazio existencial.

A desesperança é tão devastadora que nos faz refém da inação, da impossibilidade de rearranjar o sistema, de refazer o plano inicial e produzir novas organizações. Ficamos inaptos, desconsolados, sem forças e formas. O terremoto que devasta a ética faz desabar a crença no sistema da vida, quando tudo parece sem controle, nos leva ao desalento choroso, em posição fetal, de cabeça apoiada nos joelhos... Num outro ponto, alguém nos olha, entende o que acontece e o que as pessoas sentem, e não pode reagir.

Pais médicos influenciam seus filhos à medicina; advogados geram caminhos para filhos advogados; esportistas têm muitas referências de pais que praticam esportes. É comum! Mas para tudo há limites: não é possível encarar como ato comum que familiares de ministros possam ter contratos no valor de R$ 3,6 milhões por mês, equivalente a R$ 120.000 ao dia, de domingo a domingo ou 79,5 salários-mínimos/dia. Por óbvio, este não é o único contrato da empresa, mas qual empresa tem contrato neste nível de mercado?

A pequena apreciação sobre valores éticos na gestão pública, pelos corredores do dinheiro nosso dos impostos, ou pela maneira de proteger os agentes públicos da “alta aristocracia” contra ...

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A desesperança é tão devastadora que nos faz refém da inação, da impossibilidade de rearranjar o sistema, de refazer o plano inicial e produzir novas organizações. Ficamos inaptos, desconsolados, sem forças e formas. O terremoto que devasta a ética faz desabar a crença no sistema da vida, quando tudo parece sem controle, nos leva ao desalento choroso, em posição fetal, de cabeça apoiada nos joelhos... Num outro ponto, alguém nos olha, entende o que acontece e o que as pessoas sentem, e não pode reagir.

Pais médicos influenciam seus filhos à medicina; advogados geram caminhos para filhos advogados; esportistas têm muitas referências de pais que praticam esportes. É comum! Mas para tudo há limites: não é possível encarar como ato comum que familiares de ministros possam ter contratos no valor de R$ 3,6 milhões por mês, equivalente a R$ 120.000 ao dia, de domingo a domingo ou 79,5 salários-mínimos/dia. Por óbvio, este não é o único contrato da empresa, mas qual empresa tem contrato neste nível de mercado?

A pequena apreciação sobre valores éticos na gestão pública, pelos corredores do dinheiro nosso dos impostos, ou pela maneira de proteger os agentes públicos da “alta aristocracia” contra as mãos de lenhador e o faro de leão das leis, elaborando leis e condutos legais especiais, produz desesperanças. Primeiro foi o Congresso Nacional a tentar se blindar [Deputados e Senadores] das possibilidades de serem até mesmo investigados sem sua prévia autorização – absurdo medieval em tempos atuais. Depois Ministro do STF a determinar que apenas o Procurador Geral da República poderia propor o impedimento de qualquer membro do STF – um absurdo da aristocracia medieval em tempos atuais. Ministro que viaja em jato particular com advogado de dono de Banco preso e que, em seguida, determina sigilo completo do processo e centralização pessoal das investigações. Por todo o tempo, as Emendas Parlamentares recheadas de suspeitas propinantes, com escolas sem chão e sem banheiro a receber recursos para aulas de robótica.

Nem STF, nem Congresso Nacional [Deputados e Senadores], nem o Governo Federal [por seu histórico] podem se declarar defensores da ética e moral políticas, da defesa do povo [este tal que não tem cara, uma abstração]. Esta é uma situação de defecção política e descaso provocador de desesperança... É o fantasma de carne e osso, espírito que se encarna nos corpos de políticos com a tentativa insana, imoral, inescrupulosa de obter vantagens onde há dinheiro que parece não ter um dono. Se é “público”, dinheiro que “não tem dono” porque não tem CPF, estará disponível ao primeiro a se ocupar dele. Coisa que nasce com o costume, a prática, a cultura de que o ouro que se dá em rios terá como dono aquele que primeiro chegar. A Colônia Portuguesa na América – em 1822 chamado Brasil, foi o reduto principal para entregar suas riquezas ao Rei. Os “Reis” de hoje veem o dinheiro público como rios de ouro.

Quando parece que toda a estrutura de Estado está possuída pelo espírito da propina, do desvio de conduta e de condutos do dinheiro público, o sentimento inicial é de abatimento e desesperança. Depois virá o cansaço e a retomada das forças. Depois ou a arrumação ou a revolta!

 

Mestre em Sociologia Política


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