
Negociando Tesouros
Por Magrão - Ciadocolecionador@yahoo.com.br
Proprietário e apresentador do canal Negociando Tesouros e proprietário da CIA do Colecionador
Você tem uma coleção ou apenas acumula coisas?

Muita gente se orgulha de dizer que tem uma coleção em casa. Mas será que realmente se trata de uma coleção — ou apenas de um acúmulo desorganizado de objetos?
A diferença entre colecionador e acumulador vai muito além da quantidade de itens. Ela está no propósito, no cuidado e na forma como esses itens são armazenados e valorizados.
De um lado, temos o colecionador. Essa pessoa possui um objetivo claro: selecionar, classificar, preservar e, muitas vezes, até estudar aquilo que coleciona. Seu interesse pode ser histórico, cultural, afetivo ou até financeiro. Independentemente da motivação, a coleção é organizada, tem coerência e costuma seguir um critério definido — como época, estilo, material, país de origem, entre outros.
Do outro lado, está o acumulador. Aqui, os objetos se amontoam sem muito critério, muitas vezes ocupando espaços da casa de forma desordenada. Essa prática, em casos mais graves, pode ser um reflexo do chamado transtorno de acumulação compulsiva, um distúrbio reconhecido pela psicologia e cada vez mais comum, especialmente entre pessoas idosas ou que sofrem com ansiedade. O transtorno transforma a casa em um depósito, cheio de caixas e pilhas de coisas “para organizar depois” — que raramente são organizadas.
É importante destacar que o colecionador, mesmo quando tem muitos itens, se preocupa com o estado de conservação, a forma de exibição e a catalogação. Vamos a exemplos práticos:
• Um colecionador de miniaturas geralmente define a escala (1:18, 1:64, 1:43 e etc.), o tipo de veículo ou personagem que busca, e mantém sua coleção exposta ou armazenada em vitrines apropriadas.
• Um numismata — como são chamados os colecionadores de moedas — costuma buscar moedas de países específicos, períodos históricos, materiais (como ouro, prata, bronze), e organiza tudo em álbuns ou bandejas especiais.
• Já os filatelistas, que colecionam selos, têm o hábito de classificar por temas (esportes, animais, datas comemorativas), países, ou períodos de emissão.
Esses são apenas alguns exemplos, mas o ponto central é que colecionar é mais do que simplesmente possuir coisas: é preservar história, contar narrativas e, muitas vezes, valorizar memórias.
Então fica o convite à reflexão: você realmente coleciona ou apenas acumula?