As janelas partidárias estão fechadas. As pressões individuais de pré-candidatos diminuem intensamente a partir de agora. Com as janelas abertas, cada personagem político podia colocar suas exigências à mesa e pressionar condições de concorrência eleitoral que lhe fossem mais favoráveis. Alguns, por desconfiança permanente, assinaram papéis e firmaram avalistas. As relações de confiança mútua se desfazem no ar como vapor de água. Outros se ajustaram às condições políticas para, como grupo fortificado, demonstrarem confiabilidade pública.
Os processos de planejamento e organização marcam as próximas etapas. O que fazer? Como fazer? Por que fazer? Todas são perguntas para se alcançar projetos de pré-campanha bem definidos, rigorosos e precisos. A constituição de equipe [ter as pessoas adequadas para fazer o que precisa ser feito] e a formação de equipes [alinhamento técnico, metodológico, estratégico] são materialização de organização. A partir de então é agir, colocar as engrenagens para funcionar.
Aos pré-candidatos cabe o fato de que não são os coordenadores, muito embora sejam os primeiros a serem convencidos pelo grupo de organização. Os princípios de vida e os princípios políticos dos pré-candidatos serão analisados e intensificados. Os motivos pelos quais são rejeitados são matéria-prima de trabalho árduo. As oportunidades não podem ser desconsideradas e as situações levarão a caminhada para ambientes sempre fluidos.
Política não tem dono! Política é instruída por relações, interações, interpretações e comunicação estratégica. O planejamento e a organização, há tempos, requerem profissionalização. As ajudas pessoais devem ser bem aceitas, mas acopladas ao sistema de trabalho e aos ritos de operações já constituídos.
Opiniões sobre o futuro e, até mesmo, as previsões infalíveis sobre o que será vão empurrar muitos para cantos cinzentos de angústias e medos, arrogâncias e atitudes mesquinhas. As condições emocionais serão decisivas neste momento e a capacidade de se autoanalisar é fundamento para passos seguros. Aparecerão os “profetas” apocalípticos, sujeitos que conseguem observar as “maldições” inevitáveis e incorrigíveis. Surgirão os eufóricos com seus carregamentos de vitórias irrevogáveis. Estes não precisam nada além de si mesmos para decidir a vida, o destino e as formas de sentir de todos os outros.
Os comportamentos dos moradores e dos eleitores, mensurados com rigor e interpretados com precisão, são pilares para a sustentação de qualquer processo eleitoral. E o mais importante talvez: as concepções e o agir políticos dos pré-candidatos serão suas marcas implacáveis, inalienáveis para a constituição substantiva de qualquer pré-campanha.
A pré-campanha, por seu longo período e pela sua natureza de ser disputa de autopromoção, é decisiva para a Campanha e para as conquistas eleitorais e as vitórias políticas. Apesar das regularidades de comportamento para cada cidade, cada processo eleitoral reinaugura inovações de interação e de resultados eleitorais. Política não tem dono!
As janelas se fecharam e as conversas, a partir de agora, iniciam na sala de estar e na condição de ser.