Coluna Fato&Comentário
Por Edison d'Ávila -
Uma santa passou por Itajaí
No último dia 25 de novembro, num sábado, a comunidade escolar do Colégio São José comemorou, com uma caminhada, 120 anos de um acontecimento histórico da vida duma personalidade catarinense venturosa: Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus ou simplesmente Santa Paulina, a primeira santa catarinense. Foi a primeira viagem missionária dela, no ano de 1903, partindo do porto de Itajaí. Há na praça Vidal Ramos um monumento alusivo.
Amábile Lúcia Visintainer nascera em 1865, em Vígolo Vataro, uma aldeia agrícola do norte da Itália. Em 1875, juntamente com os pais e cinco irmãos ela integrou o grupo de 130 moradores da região de Trento que imigrou para o Brasil. No mês de setembro daquele ano, ela pôs os pés pela primeira vez em terras de Itajaí, desembarcando no porto com aqueles imigrantes que inaugurariam a imigração italiana em Santa Catarina.
Como era costume da época, os imigrantes italianos ficaram acomodados por dias no galpão da Barra do Rio, enquanto se aguardava o transporte em canoas até o interior da então Colônia Itajaí-Brusque. Ao chegar à colônia, os novos imigrantes foram encaminhados para uma região do alto Vale do rio Tijucas, conhecida como Alferes, que depois se passou a chamar de Nova Trento.
Na nova área de colonização, a família Visintainer veio a se dedicar à agricultura. A família era muito religiosa e nesse ambiente familiar se desenvolveu a vocação religiosa de Amábile. Ela e uma amiga deram início em 1890 à pequena comunidade religiosa que veria a ser a atual Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Era a congregação de religiosas tratadas como “ irmãs coloninhas”.
Corria o ano de 1903, quando a agora Madre Paulina recebera convite para abrir uma casa religiosa em São Paulo, capital. Decidiu partir ela mesma com mais duas outras religiosas e a noviça, por sinal a itajaiense Josefa Pereira Gonçalves, filha do comerciante Geraldo Pereira Gonçalves.
Para chegar a São Paulo, o grupo de religiosas viajou de carroça até Itajaí, tendo na boleia o pai de Madre Paulina, Antônio Napoleone Visintainer. Enquanto, enquanto esperavam o navio que as levaria ao porto de Santos, São Paulo, Madre Paulina e companheiras se hospedaram na casa do comerciante e italiano Ângelo Rodi, que também tinha uma filha religiosa na mesma congregação.
A casa da família Rodi então ficava na esquina da rua Cônego Tomás Fontes e rua Silva, justamente onde agora está o Jardim de Infância do Colégio São José. Santa Paulina, que ainda outras vezes passaria por Itajaí a caminho de Nova Trento, tinha especial carinho pela cidade. Quando, em 1941, as Irmãzinhas da Imaculada Conceição foram convidadas a dirigir o Colégio São José, ela foi uma das incentivadoras e animadoras da vinda para cada de suas irmãs.
Madre Paulina, depois Santa Paulina, que passou tantas vezes por Itajaí, muito queria bem a cidade e aos itajaienses, que agora também muito rogam por ela.