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Coluna Fato&Comentário

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Edison d´Ávila é itajaiense, Mestre em História e Museólogo, mestre em Cultura Popular e Memória de Santa Catarina. Membro emérito do Instituto Histórico e Geográfico de SC, da Academia Itajaiense de Letras e da Associação de Amigos do Museu Histórico e Arquivo Público de Itajaí. É autor de livros sobre história regional de Santa Catarina

O Português de a dama


O Português de a dama

A colônia portuguesa de Itajaí era notável em anos passados, a ponto de Lauro Müller, quando Ministro das Relações Exteriores do Brasil, em visita a Portugal,  de lá ter enviado um caloroso cartão postal saudando os amigos portugueses da cidade. Esse cartão postal se encontra no acervo do Arquivo Público de Itajaí.

Grande número de famílias itajaienses descende de troncos lusitanos, sejam de portugueses continentais, ou de portugueses  das ilhas dos Açores. Seria uma  longa lista se a todas fosse numerar. Então, citam -se algumas para ilustrar: Amaral, Brandão, Fernandes, Fontes, Marques da Silva, Miranda, Porto, Reis, Santos, Cordeiro.

O comércio da cidade no final do século XIX e começo do século passado estava tomado por armazéns, vendas, boticas e botecos de portugueses. Tudo havia começado com Agostinho Alves Ramos, português que aqui instalou a primeira casa comercial. Vendia de tudo, secos e molhados, e até pílulas de remédio. Já chegou a Itajaí com algum capital, porém aqui enriqueceu como exportador de madeiras e  armador. Foi o principal artífice da fundação da cidade e principal liderança política. Outros comerciantes lusitanos muito conhecidos à época foram Emílio da Cruz Coutinho, o Emílio Botica;  Manoel Marques Brandão; os irmãos João e José Pinto d´Amaral;  Manoel Antônio Fontes; Álvaro Rodrigues da Costa;  José dos Reis.

No entanto, de quem se vai contar agora é o português de sobrenome  Teixeira, que se instalou em Itajaí com sua esposa, no fim da década de 1940. Elegantes, o casal andava cotidianamente  bem trajado, o marido sempre de terno e gravata.  Eles abriram a loja, de nome A Dama,  na rua Pedro Ferreira, ao lado do prédio atual do Sindicato Madeireiro, numa construção que não mais existe, uma loja de armarinhos e roupas íntimas femininas, em que atendiam solícitos e gentis marido e mulher.

Fora numa época em que as confecções chegavam em grande número ao comércio, inclusive peças femininas, agradando demais as freguesas que antes tinham de confeccionar elas mesmas as peças ou encomenda-las a costureiras.

Marcas de confecções então passaram a ser conhecidas e as freguesas buscavam comprar aquelas mais conhecidas e de qualidade. Dentre essas marcas, uma de nome Sccora fabricava sutiãs e ficou afamada.

Aí foi quando o comerciante português de  A Dama mandou preparar uma placa de divulgação e afixou na parede externa da loja. A leitura dúbia,  que os dizeres da tal placa permitiam, logo fizeram o riso tomar conta da cidade, porque estavam escritos desse modo:

A DAMA

SCCORA

SUTIÃS DE SENHORA !...


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