Coluna Fato&Comentário
Por Edison d'Ávila -
“Obras de Santa Engrácia”em Itajaí
O “DIARINHO” noticiou esta semana que as obras de construção do trevo de Brusque, entroncamento da BR 101 com a Rodovia Antônio Heil, vão, afinal, ter início, depois que a Justiça deu ganho de causa ao Governo de Santa Catarina, numa disputa judicial pela desapropriação de uma parte do terreno necessário à construção.
Esse trevo vem sendo prometido desde o governo Raimundo Colombo. Ficou só na promessa durante todo o governo Carlos Moisés e, agora, o governo Jorginho Melo promete mais uma vez. Espera-se que não seja de novo um rebate falso.
Essa obra, junto com a conclusão da nova ala do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bonrhausen e o prédio da Secretaria de Segurança, junto à Delegacia Regional de Polícia, na Avenida Joca Brandão, transformaram-se naquilo que a sabedoria popular costuma chamar de “Obras de Santa Engrácia”.
A origem dessa expressão popular da Língua Portuguesa está no fato histórico da demorada construção da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa. Essa obra, que se iniciou no século XVI a mando da filha do rei Dom Manuel, o Venturoso, para homenagear a mártir cristã Engrácia, nascida em Braga, Portugal, só foi terminada no século XX. Quatro séculos demorou a obra.
A expressão linguística, portanto, serve para identificar aquelas obras que começam e não são concluídas ou que demoram séculos!...
A ala nova do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, também iniciada no governo Raimundo Colombo, teve recentemente aprontada parte dela, o que dá alento à esperança dos itajaienses de que o edifício, denominado Complexo Madre Tereza, como prometido pelo governo estadual, venha logo a ficar todo ele pronto.
Mas resta inacabada e paralisada há anos a obra que a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina deu início quando era governador Raimundo Colombo, para ali sediar as Delegacias de Polícia, o Instituto Geral de Perícias e o Instituto Médico Legal de Itajaí.
O que tem gerado essa desconsiderante paralisação? Falta de recursos financeiros? Problemas técnicos ou legais? Ou desmazelo administrativo?
A demora já é tanta que um mamoeiro chegou a nascer no pátio da obra, cresceu e floresceu, dando frutos, até que fosse cortado numa limpeza da área já tomada pelo matagal.
Está aí, pelo visto, a necessidade de a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina vir a público e dar as suas explicações. Também se faz necessário que os participantes de Itajaí no governo estadual ajam junto ao governador e que os deputados estaduais da região tomem a peito cobrar a plena conclusão da obra. Ou ela ainda demorará quatrocentos anos!.