O mundo contemporâneo nos apresenta cenários controversos, cenários difíceis de assistir, cenários que, por vezes, nos deixam atônitos e à beira da desesperança ou até do desespero.
Cenários eivados de violência desmedida, carente de sentido e motivada por razões desprovidas de racionalidade e de razoabilidade. Cenários eivados de ódio, rancor e estupidez, em que o um não consegue vislumbrar o outro como um outro, mas vê o outro como aquele que precisa ser eliminado e essa é a única forma de fazer o um sobreviver e se impor.
É esse sentimento enraizado no ódio que é a raiz não só da guerra, mas de todas as formas de violência, de discriminação, de desprezo, de segregação, de aniquilação daquele e daquilo que é diferente, daquilo e daqueles que se assentam sobre outro fundamento e valor, e que o dominante precisa extirpar.
Estamos, pois, no momento oportuno para criar e produzir cenas que possam ajudar a cultivar um novo cenário. Cenas que ajudem os expectadores a ver e compreender o cenário posto e a necessidade de construir um cenário novo, de convivência fraterna, dominado pela empatia, pela não discriminação, pela convivência pacífica e pelo reconhecimento da existência e do valor do outro, dos seus anseios, desejos, vontades e do seu direito de ser do jeito que é.
Essa é a revolução necessária para este momento. Precisamos de quem sabe criar e produzir cenas para viabilizar esta revolução.
Viva o teatro!