No início dos anos 2000, Fortaleza foi palco de uma história digna de cinema, isso porque o cofre do banco central na capital cearense foi roubado em uma operação que envolveu a escavação de um túnel que passava por baixo do banco. Tal empreitada possibilitou com que os criminosos tivessem acesso direto ao armazenamento de dinheiro vivo, de onde foram roubados R$ 164 milhões – que pesavam cerca de três toneladas no total. Até hoje esse é um dos maiores crimes que já aconteceram no Brasil, mas ainda existem muitas perguntas não respondidas. Estima-se que cerca de 25 pessoas estavam envolvidas no ato ilegal, porém apenas oito delas foram presas até hoje.

Com uma história tão mirabolante, é natural que exista um certo fascínio pelo acontecimento até hoje. Sendo assim, o roubo ao banco central de Fortaleza já foi tema de filme – “Assalto ao Banco Central” de Marcos Paulo e lançado em 2011 – e é a pauta do mais novo documentário da Netflix, que atende pelo título de “3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central” em referência ao peso do dinheiro que foi roubado. O original da plataforma de streaming estreou dia 16 de março de 2022 e desde então tem se encontrado entre as séries mais assistidas da Netflix Brasil.

Ao longo de seus três episódios, o documentário busca uma abordagem diferenciada do crime ao tratar sobre as consequências de se roubar tanto dinheiro no Brasil, desmistificando a história do golpe. Isso porque, seguido do assalto, diversos outros crimes – como assassinato e perseguição – rodearam os autores da infração, ao ponto de que alguns até se sentiram mais aliviados depois de serem capturados pela polícia. Apesar de ser bastante pautada nos testemunhos dos envolvidos no caso, a minissérie documental também conta com a reconstituição atuada de algumas partes do evento e busca mostrar o fracasso emocional e financeiro do assalto.