Colunas


Conjuntura Eleitoral


O senhor José Graziano é o atual diretor-geral da FAO, o organismo da ONU para a agricultura e alimentação. Ele foi nomeado para o cargo através de uma muito bem articulada ação diplomática do governo Dilma Rousseff em 2012.

Valeu a pena. Basta ver que em 2013, segundo a FAO, 7% dos brasileiros passavam fome. E nesta semana, em pleno calor da campanha eleitoral, o senhor Graziano nos trouxe a boa notícia: esse percentual foi reduzido, de um ano para cá, para apenas 1,7 por cento.

Ora, é preciso ser meio otário para embarcar em canoa desse calado. Então, fui conferir qual a medida, qual a operação, tão vasta e bem sucedida, que permitiu o salto. As coisas se deram assim: nas contas de 2013 não estavam computadas refeições fora de casa – restaurantes populares, merenda escolar e sei lá mais o que. Incluiu-se, pois, as refeições fora de casa e o milagre se fez: de hora para outra, de uma só vez, mais ou menos 10 milhões de brasileiros deixaram de passar fome.

No relatório da FAO, assinado por Graziano, ele tem a bondade de nos avisar que tudo começou com o “Fome Zero”, em 2003, com Lula. O programa era coordenado por ele, Graziano. Mas se a memória não falha, o “Fome Zero” foi um rotundo fracasso. E por causa disso, Lula reuniu todos os programas de assistência social existentes, inclusive (e principalmente) os que já vinham do governo anterior de FHC, chamando-os pelo nome fantasia de Bolsa-Família.

O senhor José Graziano é petista de carteirinha. Mas não terá sido por isto que ele divulgou o seu factoide magistral, no calor da campanha para a reeleição de Dilma Rousseff.

TRAPAÇA II

Outra trapaça, digo, sacada brilhante dos governos dos últimos 12 anos, foi dar uma guaribada nos indicadores sociais e econômicos, fazendo crer que houve uma melhora espetacular nas condições de vida dos brasileiros mais pobres.

Uma das mudanças mais fantásticas - ou seriam fantasiosas? - foi a nova tabela das classes pobre, média e alta, elaborada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE-PR). Os seus dirigentes e burocratas, em 2012, criaram uma nova classificação das camadas sociais, a qual, conta a lenda, promoveu a ascensão social de 35 milhões de brasileiros.

Na tabela da SAE, quem tem uma renda familiar entre R$ 291 até R$ 441 é da baixa classe média; de R$ 442 até R$ 641, da média classe média; e de R$ 642 até R$ 1019 da alta classe média.

Assim, um casal sem filhos que ganhe conjuntamente R$ 2200 é da alta classe média, pois a renda per capita dos dois é R$ 1100. Se o mesmo casal tem dois filhos, a renda per capita (agora dividida por quatro) cai para R$ 734 e nesse caso pertence à média classe média.

Pois essa “pequena” mudança de critério das classes sociais operou um milagre. E bota milagre nisso. É disso que Dilma está falando, quando diz que tirou milhões da pobreza e levou milhões para a classe média. Com um golpe de mão tiraram 35 milhões de brasileiros do andar de baixo e os alojaram no andar de cima.

É tão bem vendido o truque vulgar que até eles acreditam.


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

Secretaria de Educação de Itajaí está certa em “barrar” o Halloween nas escolas municipais?



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

Entre a polícia e o tráfico, moradoras do Complexo da Penha ficam com os escombros

RIO DE JANEIRO

Entre a polícia e o tráfico, moradoras do Complexo da Penha ficam com os escombros

Inteligência, participação social e coordenação: como combater o crime sem chacinas

CHEGA DE CHACINAS!

Inteligência, participação social e coordenação: como combater o crime sem chacinas

Nascidos no caos climático

NOVA GERAÇÃO

Nascidos no caos climático

Afinal, quanto dinheiro o Brasil recebeu de financiamento climático?

CLIMA

Afinal, quanto dinheiro o Brasil recebeu de financiamento climático?

Boulos substitui Macêdo com desafio de levar temas sociais para Secretaria da Presidência

ESCALA 6X1

Boulos substitui Macêdo com desafio de levar temas sociais para Secretaria da Presidência



Colunistas

Artigos

A vida do pobre não vale menos que a do rico

Campagnolo diz que é mais macho que o Seif

JotaCê

Campagnolo diz que é mais macho que o Seif

Dicas para evitar dor de cabeça com o fisco

De Olho no Fisco

Dicas para evitar dor de cabeça com o fisco

Jorginho minimiza, mas a crise do PL só cresce

Coluna Acontece SC

Jorginho minimiza, mas a crise do PL só cresce

Cria x Criador

Coluna Esplanada

Cria x Criador




Blogs

Admitiu

Blog do JC

Admitiu

💪 EMAGRECIMENTO: MAIS DO QUE PERDER PESO, É RECUPERAR SAÚDE

Espaço Saúde

💪 EMAGRECIMENTO: MAIS DO QUE PERDER PESO, É RECUPERAR SAÚDE






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.