Por JC - redacao@diarinho.com.br
O zum-zum-zum da política e o ti-ti-ti dos políticos
Publicado 07/07/2025 11:15
O Pai Atanásio, místico, tecnológico e seguidor de poucas contas e muitos orixás, mal abriu o Instagram e foi imediatamente golpeado por uma visão de espanto: o vídeo do vereador e presidente da casa do povo de Camboriú, Marlon Borsatto (MDB), carinhosamente renomeado ali mesmo de Amarelon, piscando na tela com a vibração dos postes recém-pintados da capital da pedrada e ex-do tiro a vereador.
Imprensa livre
“Visão, Pai?”, perguntaria um discípulo. “Não, algoritmo”, respondeu Atanásio. “E dos perversos.” Pois ali estava ele, Marlon, o jovem presidente do legislativo, um suposto promissor quadro do MDB, aquele mesmo partido que já teve Ulisses Guimarães, voz da Constituinte, defensor da imprensa livre e, certamente, agora espectador de seu próprio legado sendo chutado no fundo do oceano político.
O perrengue do vereador?
Ter repostado um vídeo falso acusando um rapaz de abandonar um cachorro. O desdobramento? O jovem, exposto, humilhado e apedrejado virtualmente, cometeu suicídio. A reação do vereador? Entrar na dona Justa, mas não para se retratar, e sim para censurar a matéria jornalística que noticiava os fatos.
O caso
O vídeo de retratação? Gravado. Os comentários? Limitados. A democracia? Restrita. A covardia? Ilimitada. Diz Pai Atanásio em sua doutrina de sabedoria cibernética: “Quem usa o poder para se proteger da crítica perde o direito de usá-lo em nome do povo.”
Velha e sábia senhora
A Constituição, essa velha e sábia senhora escrita com sangue, suor e grampos de Ulisses, não garante autoridade para perseguir jornalista. Ela garante direito de resposta. Foi o que fez Brizola quando difamado em rede nacional. Ele preferiu dar resposta garantida pela Constituição no que, na época, era o maior telejornal do Brasil da vênus platinada, a Rede Globo.
Mas Amarelon, não
O que se vê é um político público com a postura de perfil privado, que se emociona na câmera, mas silencia os comentários. Um presidente da casa do povo que, na prática, age como síndico de condomínio, que briga com zelador por ter perdido voto em assembleia.
Se protege da crítica
Pai Atanásio fecha o celular. Acende um charuto. Diz que Ulisses virou torpedo submerso no fundo do mar, girando tão rápido que deve gerar energia elétrica pra toda Brasília. E sentencia, abre aspas: “Quando um político se protege da crítica mais do que protege o povo, é o povo que precisa se proteger dele”, fecha aspas.
Foto (Redes sociais)
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Publicado 04/07/2025 18:35