Publicado 06/07/2021 09:11
No meio do fogo cruzado que o país se tornou, a grande massa não vinculada politicamente nem à esquerda e nem à direita deve estar matutando no que vem por aí. Ou deveria. O período eleitoral ainda está longe, só no ano que vem, mas o clima é de disputa, com o presidente Bolsonaro mais perdido do que cego em tiroteio, e o seu rival natural, o ex-presidente Lula, cada dia mais livre das amarras legais que o impediram de disputar 2018.
Castelo de areia
Com o povão na rua em protestos, CPI para investigar responsabilidades da pandemia, suspeita de corrupção na compra de vacinas, super pedido de impeachment, e todo pacote de reformas que o Brasil precisa mas não anda, o castelo de areia que levou o mito a se eleger já começou a ruir faz tempo. Bolsonaro, diante dos fatos e atos que se levantam contra ele, conta com o apoio impossível de ser imaginado há dois anos: o do Centrão. É mole ou quer mais?
Millôr tinha razão
O genial Millôr Fernandes lascou uma frase, há décadas, mas que parece cada vez mais profética: o Brasil tem todo um passado pela frente. E é bem isso. O golpismo, o conchavo, uma elite econômica cruel e descompromissada com o país, a manutenção da lei mais forte vigente por aqui, a Lei do Gérson - “Levar vantagem em tudo, certo?” - mantém o Brasil deitado eternamente em berço esplêndido. Um país que não avança. Uma promessa que nunca se cumpre.
Demagogia?
Destino triste para um país que tem tudo para dar certo, menos governos decentes e visionários, menos governantes dispostos a fazer o que é preciso: pensar no interesse do país, pensar no bem estar do sofrido povo brasileiro. De Collor a Bolsonaro, passando por Lula, já tivemos cota suficiente de salvadores da Pátria para saber que não há salvadores da Pátria.
O pior
Um a um, os nossos salvadores da Pátria acabaram sucumbindo ao Centrão, ao que representa o mais arcaico, o passado todo pela frente. E os poderosos jogam com isso porque perceberam, há tempo, que o brasileiro, por conta do histórico escravagista, ignorante e hipócrita, aceita calado o que lhe é imposto. “O brasileiro tem alma de cachorro de batalhão: passa o batalhão e ele vai atrás”, disse Nelson Rodrigues, temos o complexo de vira-latas. Simples assim.
Teatro dos vampiros
Tudo está nos jornais, nas TVs, rádios, nas mídias sociais: um enorme teatro ao qual assistimos assombrados e inertes. Algum resultado vai ter. Como não temos representantes, já que nossos representantes eleitorais servem às grandes corporações, às elites econômicas, aos partidos, e aos de sempre, não teremos influência alguma no resultado, a não ser pagar a conta no final. E a grana está cada vez mais curta. E o tempo passa. E jogamos nosso futuro fora...
Pra resumir
Terminando, e respondendo a pergunta inicial, o que vem por aí? A resposta é que vem o mais do mesmo. O de sempre. O tudo como dantes no quartel de Abrantes. Os grandes interesses sendo jogados em detrimento da Nação. Golpismo, usura, narrativas falsas, jogos de cena, palhaçada. O teatro de horrores que o país virou. Todos deveriam se envergonhar, mas ninguém está nem aí pra hora do Brasil.
Fotos (Divulgação)
Comentários:
Somente usuários cadastrados podem postar comentários.
Para fazer seu cadastro, clique aqui.
Se você já é cadastrado, faça login para comentar.
R$ 128.000,00
R$ 17.900,00
R$ 700.000,00
Publicado 22/09/2025 19:26