Por Alfa Bile - alfabile@gmail.com
Fotógrafo, poeta e escritor. Autor do livro Lume, suas obras Fine Art já decoram hotéis como Hilton e Mercure. Publicado pela National Geographic e DJI Global @alfabile | @alfabilegaleria
Publicado 25/11/2025 09:36
Alterado 25/11/2025 10:06
A poesia curta, com sua precisão emocional, sempre me fascinou. No haikai, a concisão é essencial — cada sílaba conta, e ainda assim, a poesia deve transbordar de significado. “Flores coloridas — lembranças cítricas tuas, saudade dói” nasceu exatamente dessa necessidade: um aroma inesperado que me transportou de volta no tempo.
A primavera, geralmente associada à leveza e ao renascimento, pode, às vezes, revelar camadas mais profundas de memória. As cores vibrantes das flores, quase festivas, podem ser ofuscadas por sabores antigos — uma mistura agridoce de lembranças guardadas na pele.
Este haikai explora essa dualidade: a beleza persistente que coexiste com a pungência da saudade. Uma lembrança que surge com força, como o aroma intenso de uma fruta madura, antes mesmo que possamos compreendê-la completamente.
A poesia, em sua essência, pode ser uma pequena explosão silenciosa, capaz de evocar emoções profundas e ressoar em nosso interior.
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Haikai 4
10 de outubro de 2025
Flores coloridas —
lembranças cítricas tuas,
saudade dói.
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Publicado 24/11/2025 19:50