No documento, o grupo aponta desafios logísticos e traz propostas para recuperar, integrar e ampliar a malha sul, diante do fim da atual concessão em 2027. Entre os objetivos, está aumentar a participação das ferrovias no escoamento da produção. Em Santa Catarina, apesar de o estado responder por cerca de 20% da movimentação de contêineres do país, as ferrovias são usadas só pra 6% das cargas portuárias.
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“A dependência rodoviária pressiona rodovias já saturadas e aumenta custos logísticos”, destaca o governo estadual. No diagnóstico, os quatro estados firmam entendimento sobre a política nacional de concessões ferroviárias e os projetos para 2026, anunciados pelo governo federal. O grupo defende um modelo integrado de concessão da malha sul e não em trechos separados, como propõe o ministério.
O programa de concessões é o maior esforço de modernização do setor em décadas, com previsão de oito leilões e cerca de R$ 140 bilhões em investimentos pra ampliação da malha, recuperação de trechos e criação de novos corredores logísticos. O Codesul, porém, discorda da divisão da malha sul em três concessões – corredores PR-SC, Rio Grande e Mercosul – por avaliar não atender a integração logística da região.
A atual concessão da Rumo na malha sul abrange 7223 quilômetros de trilhos nos três estados. A situação é crítica em toda a rede, com metade inativa e a parte operante com gargalos estruturais, como limitações de capacidade e trechos desconectados. Os problemas, segundo o Codesul, comprometem cadeias produtivas estratégicas, como a agroindústria, e ameaça a competitividade.
Projetos de expansão
Santa Catarina conta atualmente com apenas duas ferrovias em operação. Pela malha sul, são 210 quilômetros no trecho entre Mafra e São Francisco do Sul, voltada para o transporte de grãos até o porto. No sul do estado, a ferrovia Tereza Cristina, isolada da malha estadual e nacional, tem 168 quilômetros entre Siderópolis e Imbituba, servindo ao transporte de carvão mineral. Entre os principais do país, os portos de Itajaí, Navegantes e Itapoá não tem ligação com ferrovias.
Com a nova lei do Sistema Ferroviário de Santa Catarina, em vigor neste ano, o estado tem proposta de ampliar a rede estadual e destravar investimentos. Há projetos pra 319 quilômetros de trilhos entre Chapecó e Correia Pinto, e de 62 quilômetros entre Navegantes e Araquari, que teria conexão com a linha federal vinda de Mafra, com proposta de ligar os portos de Itajaí, Navegantes e São Francisco.
No sul do estado, o governo prevê uma linha da ferrovia Tereza Cristina até Aurora, pra escoar a produção da agroindústria. O estado defende que os projetos estaduais sejam considerados nas concessões federais. O governo federal tem proposta de duas ferrovias em SC, o corredor leste-oeste (Ferrovia do Frango), de Chapecó até o complexo portuário de Itajaí, e o corredor litorâneo, entre Imbituba e Itapoá.
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Propostas do Codesul:
Concessão integrada da malha sul
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Recuperação de trechos danificados
Retomada do transporte ferroviário de líquidos
Avaliação dos segmentos que devem ser preservados, modernizados ou ampliados
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Avaliação de investimentos dos estados e União pra concessão integrada
Integração dos estados aos principais corredores ferroviários de exportação
Considerar projetos estaduais já em desenvolvimento pra atratividade da concessão