VIRALIZOU
Show de Zezé de Camargo em Porto Belo virou polêmica nacional após ter custado 65% de receita do turismo
Cantor Zezé Di Camargo recebeu camiseta com mensagem defendendo anistia
João Batista [editores@diarinho.com.br]

O show da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, no 10º Festival do Camarão, em Porto Belo, na semana passada, virou polêmica nacional após Zezé defender anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A apresentação ainda foi criticada por ser paga com dinheiro público. Segundo o Portal da Transparência, a empresa Live Tatentos, que representa a dupla, ganhou R$ 450 mil por 110 minutos de show.
O dinheiro saiu da Fundação de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Porto Belo e equivale a 65% de receita própria da pasta, de R$ 700 mil. A dupla foi contratada com dispensa de licitação e era a principal atração do evento, com programação até o domingo passado. Nas redes sociais, viralizaram imagens do cantor Zezé segurando uma camiseta com a frase "Anistia já para os presos do 8 de janeiro”.
Continua depois da publicidade
A camiseta tinha sido entregue por um fã durante o show na noite de segunda-feira passada. O cantor aceitou o presente e, mais do que isso, levantou a camiseta pro alto na frente da plateia. Parte do público aplaudiu. Nas redes, militantes bolsonaristas também celebraram o ato. Segundo a prefeitura, os recursos para o show vieram de dotação do orçamento voltada para eventos turísticos na cidade.
Além do show, o município bancou custos de custos de transporte, hospedagem e camarim dos artistas e da equipe. De acordo com a Fundação de Turismo, a receita de R$ 700 mil vem da arrecadação do Píer Turístico, que recebe navios de cruzeiros. “Cuja receita é própria e destinada a investimentos vinculados à gestão e manutenção da estrutura portuária. Por determinação legal, esses recursos não podem ser direcionados para outras finalidades”, esclareceu.
Para a realização do Festival do Camarão, o órgão disse que usa recursos próprios do município, não interferindo nos investimentos da fundação e nem comprometendo o planejamento da pasta para a próxima temporada. Sobre a escolha da dupla, a prefeitura explica que foi em razão da relevância nacional dos artistas e por se tratar de uma data simbólica para o município.
A respeito da manifestação política no palco, a fundação ressaltou foi alguém que jogou uma camiseta para o cantor que, por sua vez, abriu pra ver o que estava escrito. “A Fundação reforça que não tem controle sobre os presentes entregues aos artistas, tampouco sobre manifestações pessoais ocorridas no palco. Tais posicionamentos não refletem a opinião do município nem da organização do evento”, afirmou em nota.
João Batista
João Batista; jornalista no DIARINHO, formado pela Faculdade Ielusc (Joinville), com atuação em midia impressa e jornalismo digital, focado em notícias locais e matérias especiais.