Zé assumiu a câmara esta semana no lugar da vereadora Hilda Deola (PDT), afastada por licença médica de 31 dias. “Não tô entendendo por que essa empresa veio lá de Olinda pra fazer a festa aqui. Eu quero questionar se os nossos empresários daqui não têm condições de fazer a festa?”, questionou. Na quinta, ele usou a tribuna da câmara para falar sobre a festa, mas ainda não encaminhou requerimento à prefeitura.
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A Marejada vai acontecer de 2 a 19 de outubro, com a realização entregue à iniciativa privada pela primeira vez. A organização ficará a cargo da Onzex Produções, que apresentou proposta de R$ 800 mil, desbancando outras quatro empresas. Segundo a prefeitura, a Onzex assumirá várias despesas da festa.
Zé, que participou da coletiva de imprensa no gabinete do prefeito Robison Coelho (PL) nesta semana, disse que saiu do encontro sem entender como será a gestão da festa, quais atribuições serão da prefeitura e quais da empresa, qual investimento será feito e quanto será gasto pelo município.
“No dia da coletiva do prefeito disseram que as empresas daqui não tiveram condições de pagar R$ 800 mil. Vários donos de empresas me procuraram e disseram que não foram consultados… Até porque não é a empresa que paga esse valor, quem paga são os patrocinadores. Por exemplo, nós tivemos ali uma cervejaria grande e uma marca de refrigerante grande. Cada um desses deu R$ 400 mil. Eu quero saber por que esses patrocinadores não poderiam bancar a festa com uma empresa daqui. Eu preciso de detalhes. Se tiver certo, muito bem. Se não tiver, nós temos que ver o erro”, justificou.
O vereador também quer confirmar se a empresa Klabin irá patrocinar a festa e fornecer as embalagens recicláveis, como já fez em edições anteriores. Segundo ele, o edital da Marejada atribui à empresa organizadora essa responsabilidade, mas se houve doação da Klabin, por que se cobraria pelos itens novamente? “O prefeito tentou explicar, o secretário de Comunicação também, mas eu realmente não entendi. Eu sei que sou meio tanso, mas eu não consegui entender, então preciso de mais explicações”, continuou.
“Quer dizer que vem um cara lá do norte, nordeste, e os nossos empresários que estão aqui, que pagam impostos e dão emprego, não têm condições de tocar a festa?! Ah, mas também vão dar emprego, tudo bem, mas o nosso empresário vai continuar aqui depois da festa. Eu participei da coletiva do prefeito para entender e saí sem entender”, lamentou.
O vereador também alegou não entender o argumento da prefeitura de que, em anos anteriores, teriam sido gastos R$ 5 milhões, enquanto agora não haveria custo algum para os cofres públicos. “Ah, a prefeitura vai ganhar R$ 800 mil, e o que esses R$ 800 mil vão representar? Porque com alguma coisa a prefeitura vai entrar. A empresa vai gastar R$ 5 milhões pra fazer a Marejada, porque ela vai faturar R$ 10 milhões?! Acho difícil. Não dá pra entender...”, comentou.
Apesar de ter usado a tribuna da câmara de vereadores nesta quinta para tratar do assunto, Zé ainda não encaminhou requerimento à prefeitura com os questionamentos. Questionado sobre a possibilidade de o requerimento ser arquivado, já que a maioria dos vereadores compõe a base do governo Robison Coelho, o vereador afirmou que poderá levar o caso à promotoria. “Se isso acontecer, a gente manda para o Ministério Público. Vamos tentar via câmara, se não der, o advogado pega, protocola no Ministério Público, porque eu já soube que tem uma reclamação de alguém que já está sendo até investigada”, concluiu Zé.
O DIARINHO enviou questionamentos à Prefeitura de Itajaí sobre a realização da Marejada na manhã de quinta-feira. Até o fechamento desta edição não houve retorno.
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