A deputada Paulinha Silva, presidente estadual do Podemos, passou pela sede do DIARINHO para participar do programa Desembucha JC, do colunista político JC, e falou com exclusividade à reportagem sobre temas que estão movimentando os bastidores políticos de Santa Catarina neste ano que antecede a eleição para o governo do estado.
A deputada Paulinha e o Podemos estarão apoiando, nas eleições de 2026, o governador Jorginho Mello (PL) à reeleição ou o candidato João Rodrigues (PSD), que já se apresenta como pré-candidato ao ...
A deputada Paulinha e o Podemos estarão apoiando, nas eleições de 2026, o governador Jorginho Mello (PL) à reeleição ou o candidato João Rodrigues (PSD), que já se apresenta como pré-candidato ao governo?
Paulinha: Primeiro a gente tem que saber quem vai ser candidato. O Jorginho com certeza será. O João é uma pessoa muito querida, tem o meu carinho, a minha estima, mas eu ainda não enxergo o cenário do João 100% candidato. Acho que tem decisões que ali na frente a gente vai conseguir tomar. [Acredita numa composição dos dois?] Eu acredito, por que não?! Os dois, tanto o Jorginho quanto o João, convergem no mesmo campo ideológico. O governador Jorginho tem feito os gestos para as cidades que o qualificam para disputar a reeleição. Naturalmente, o João também tem seus múltiplos talentos, e eu não vejo nenhuma dificuldade, havendo convergência ideológica, de eles estarem no mesmo projeto.
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Uma pauta que está unindo os políticos catarinenses é a possibilidade de o filho do Bolsonaro, o Carlos, ser o candidato ao Senado pelo PL de Santa Catarina. Como você analisa essa possibilidade?
Paulinha: Eu tenho muito respeito pelas estruturas partidárias divergentes e pela autonomia que os partidos têm. O PL tem que tomar essa decisão. Eu sou do Podemos, eu não tenho nada a ver com isso. No meu ponto de vista, sem demérito ao filho do Bolsonaro, ao Bolsonaro, mas poxa, se ele passasse as férias aqui, se tivesse qualquer tipo de vínculo... Porque ser o representante de um povo em Brasília significa também conhecer a sua história, as suas dores. Eu fico muito triste com um movimento político que alça um candidato que não tem nenhuma afinidade pontual com a vida de quem realmente importa. Sem demagogia, gente. Naturalmente que o PL tem a sua autonomia e tem todo o direito de tomar a decisão que bem desejar. Eu, se fosse o Bolsonaro — olha que ousadia, quem sou eu na fila do pão para falar alguma coisa para um cara que já foi presidente da República, estou longe nessa caminhada —, mas eu não faria isso com um estado que lhe deu uma das mais relevantes votações proporcionais recentemente. Ele tem um quadro gigante de homens e mulheres bolsonaristas que estão no campo ideológico dele, como é o caso da própria Carol de Toni.
Como está a sua pré-candidatura à deputada federal?
Paulinha: Nós fazemos hoje uma pré-candidatura de federal muito tímida, muito modesta, porque a responsabilidade de presidente estadual tem absorvido todo o meu tempo. Primeiro, o Podemos precisa sair da linha do menosprezo — vamos falar a real. Está tudo bem quando as pessoas dizem por aí que o Podemos não vai dar certo. Eu entendo que essa narrativa política faz parte do jogo, mas contra fatos não há argumentos. Nós saímos de um partido com 53 executivas prontas para 215 hoje. Temos uma nominata de pré-candidatos a estadual que vai nos levar a cinco cadeiras eleitas, eu não tenho dúvida alguma. Essa é a nossa expectativa, porque quem decide mesmo é o povo nas urnas.
Quem ocupa o teu posto de candidata da região à deputada estadual?
Paulinha: Eu vou tranquila, porque a gente tem muito bons candidatos hoje. Na eleição de 2018, a gente estava praticamente sozinha aqui. Hoje, eleitos mesmo, na Alesc, a gente tem o Carlos Humberto, o Pastor Junior, o Emerson [Stein], que está licenciado, mas ocupou boa parte do mandato. A gente vai ter o Osmar como candidato estadual aqui, especificamente de Itajaí. No meu ponto de vista, ele é uma das mais qualificadas, preparadas e fortes lideranças de Santa Catarina. O Osmar, pessoal, embora não tenha sido vitorioso na eleição municipal, concluiu essa fase com 42 mil votos. Ele esteve entre os 10 candidatos mais votados dos 295 municípios de Santa Catarina. Estou falando de forma suprapartidária. Eu tenho um entendimento: o que muda o mundo não é um CNPJ, pessoal, é um CPF, é um coração. A gente tem que pensar nesse aspecto. Enquanto região, quem são os homens e mulheres, os candidatos que realmente têm consistência, têm potência pra estar na Alesc e seguir cuidando da Amfri com o carinho que ela merece?! Itajaí, sozinha, põe um estadual dentro da Alesc, se quiser.