A morte da empresária Rosemary Martins, de 59 anos, assassinada pelo companheiro em Penha, teria acontecido após a mulher ter descoberto várias traições do marido e pedir o término do relacionamento. O suspeito do crime, Reni Dirceu Ribeiro, 56, foi localizado em São José, teve a prisão preventiva decretada pela justiça, já foi ouvido pela polícia e vai responder por feminicídio.
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O corpo da vítima foi encontrado dentro de casa pela amiga de uma das filhas do casal, na terça-feira passada, na praia Alegre. Rosemary foi morta com mais de 60 facadas. O crime foi no ...
O corpo da vítima foi encontrado dentro de casa pela amiga de uma das filhas do casal, na terça-feira passada, na praia Alegre. Rosemary foi morta com mais de 60 facadas. O crime foi no domingo, segundo a Polícia Civil, quando a mulher enviou mensagem pra filha contando sobre a traição e que iria terminar o relacionamento. A filha de Rosemary estava em viagem e estranhou não conseguir contato com a mãe, pedindo pra amiga verificar a situação.
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A Polícia Militar e os bombeiros foram chamados e confirmaram a morte. O casal morava há cerca de dois anos em Penha. O marido já tinha histórico de violência contra três mulheres de relacionamentos anteriores, com registro de denúncias de ameaças pelas vítimas, inclusive com facas. No caso de Rosemary, a situação terminou em fatalidade. Após o crime, o homem fugiu pra São José.
Em trabalho conjunto, as polícias Militar e Civil contaram com informações de testemunhas e imagens de câmeras de vigilância pra encontrar o suspeito. O pedido de prisão preventiva foi feito pelo delegado Ângelo Fragelli e autorizado pela justiça logo após a localização. A ordem judicial foi cumprida e a investigação seguiu.
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Ouvido no inquérito, o suspeito teria alegado legítima defesa, sem falar da motivação do crime. Relatos de testemunhas dão conta que o crime teria a ver com a intenção da vítima em terminar o relacionamento após descobrir as traições do marido. A previsão é que a investigação termine na semana que vem, com os laudos periciais.
Região em alerta
A morte de Rosemary se soma a outros dois casos de feminicídio na região do vale do Itajaí em julho, em crimes também cometidos por companheiros ou ex-companheiros das vítimas. Sandra Raquel Nolli, 51 anos, foi morta a tiros em Rio do Sul, no dia 31 de julho. O assassino foi preso em Pato Branco, no Paraná.
A outra vítima foi Tatiane Kurth Cipriani, de 24 anos, esfaqueada pelo marido em Rodeio. O homem atirou contra si mesmo após o crime e morreu no hospital. Segundo dados do Observatório da Violência contra a Mulher de Santa Catarina, foram 23 feminicídios no estado entre janeiro e junho, com cinco casos no Vale do Itajaí, sendo um em Itajaí, um em Piçarras e outro em Navegantes.
Os números do primeiro semestre ficaram abaixo do total do mesmo período em 2024, mas o alerta persiste. No ano passado inteiro, foram 51 mortes, contra 57 em 2023 e em 2022. Ações para o fim da violência contra as mulheres acontecem neste mês no Brasil, pelo Agosto Lilás. Órgãos públicos e autoridades de Santa Catarina e da região de Itajaí terão eventos da campanha ao longo do mês.