A proposta pra criação do novo modal de transporte no estado foi apresentada na terça-feira, em evento na Fiesc. Por trás da iniciativa está a empresa norte-americana Regent Craft, que tem como representante global o empresário Mark Neelemann, cofundador da Azul Linhas Áreas.
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A empresa é responsável pelo desenvolvimento dos “seagliders”, espécie de hidrovião elétrico com capacidade para 12 pessoas e modelos que podem chegar a 290 km/h e autonomia de quase 300 quilômetros com uma única carga de bateria. Um acordo com o governo do estado foi firmado em dezembro de 2024 pra implantação dos planadores marítimos nas regiões costeiras catarinenses.
Santa Catarina foi escolhida para o projeto no Brasil devido à posição geográfica estratégica e a vocação para a inovação e desenvolvimento de tecnologias de ponta. O projeto vai envolver parcerias dos setores privado e acadêmico, instituições de pesquisa e empresas de transportes.
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O estado é o quinto local no mundo onde o projeto foi aceito pra ser desenvolvido e vai liderar a criação de uma solução pra conectividade costeira, reduzindo a dependência do transporte rodoviário. Itajaí, já reconhecida como polo naval e náutico, poderá ser um dos polos de inovação pra criação do novo modal.
Estudos pra operação do serviço

Prefeito Robison Coelho explicou a participação de Itajaí no projeto (Foto: Leo Munhoz/Secom-SC)
No evento na Fiesc, o prefeito de Itajaí, Robison Coelho (PL), informou que a consultoria Innx, representante da Regent Craft no Brasil, se instalou na cidade para pesquisa e relacionamento com parceiros. Itajaí poderá ter um píer para os “barcos voadores” e operadores do futuro serviço, considerado uma alternativa pra fugir da tranqueira da BR 101 no acesso às praias.
“O projeto é ousado, inovador e muito bem-vindo para Itajaí. A Innx já está instalada no município, estudando a elaboração de um projeto para que futuramente possamos ter um píer específico para este perfil de embarcação. Vamos apresentar locais estratégicos do município para evoluirmos com a iniciativa”, comentou o prefeito.
Segundo o diretor-executivo da Innx, Joe Lago, os próximos passos do projeto em Santa Catarina são engajar e interagir com órgãos e empresas interessadas, para atender suas necessidades e expectativa. A ideia também é firmar o entendimento regulatório e o controle de riscos, atraindo operadores e investimentos para o projeto de uma rede de planadores marítimos.
Para a Fiesc, o projeto pode trazer valor agregado pra tornar a indústria nacional mais competitiva. “É esse tipo de iniciativa, que integra o desenvolvimento tecnológico e econômico, a questão da infraestrutura logística e da mobilidade, que pode evitar que acabemos caindo em um contexto de crescimento desordenado, defendeu José Eduardo Fiates, diretor de Inovação e Competitividade na Fiesc.
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Aqui é “Santa Califórnia”, diz dono da Azul

O embaixador global da Regent e cofundador da Azul Linhas Aéreas, Mark Neelemann (Foto: Leo Munhoz/Secom-SC)
Na apresentação do projeto, o embaixador global da Regent Craft e cofundador da Azul, Mark Neelemann, comparou Santa Catarina com o centro da inovação nos Estados Unidos e considera normal o tempo para a adaptação da população a novos modais.
“Sempre percebi Santa Catarina como o estado mais avançado do Brasil. Brinco que é ‘Santa Califórnia’, pela semelhança que tem com o estado americano mais inovador. Florianópolis, Itajaí, outras cidades do litoral, concentram pessoas mais empreendedoras do que em outros lugares do país”, relatou.
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Ele lembra que, quando abriu a Azul, poucas pessoas no país estavam voando, sendo necessário um trabalho pra “ensinar” as pessoas de que voar era seguro. “Agora, com o Seaglider, meu papel é mostrar ao Brasil que estamos trazendo uma solução que, daqui a 10 anos, vamos olhar para trás e perceber o impacto, como acontece com as grandes inovações”, disse.
No evento, foi apresentado o modelo do barco de 55 pés da Regent, que voa até 10 metros acima da linha d´água, aproveitando o chamado “efeito solo”, que dá sustentação para o planeio. A empresa tem testes em andamento pra que as operações regulamentadas iniciem em 2026 fora do Brasil. Operações comerciais são previstas até 2028.
O “barco voador” tem usos apontados pra plataformas de petróleo, por forças de defesa como a Marinha, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, além de transporte turístico e de cargas. Em Santa Catarina, o governo estadual quer integrar o projeto com a aviação regional, pra conectar o litoral com o interior do estado. Um estudo de viabilidade econômica definirá os meios de integração.