Ave pardela-do-bico-preto morre após comer plásticos e microplásticos
Ela foi resgatada no Mariscal e levada à Unidade de Estabilização de Animais Marinhos de Penha, mas não resistiu
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]
Avezinha estava magra, com apenas 550 gramas, desidratada, com mucosas pálidas e penas no esôfago . Fotos Univali / Divulgação
Um pássaro da espécie pardela-do-bico-preto é a mais nova vítima do lixo – em especial, do plástico – jogado de maneira irresponsável nos oceanos. A ave foi encontrada em Bombinhas gravemente debilitada e com sete gramas de lixo dentro do seu estômago – o equivalente a 1,3% do seu peso somente em resíduos, o que acabou por causar a morte.
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A ocorrência foi em 17 de janeiro, na praia de Mariscal, em Bombinhas, e divulgada semana passada por técnicos da Unidade de Estabilização de Animais Marinhos de Penha, vinculada à Univali e ao Projeto ...
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A ocorrência foi em 17 de janeiro, na praia de Mariscal, em Bombinhas, e divulgada semana passada por técnicos da Unidade de Estabilização de Animais Marinhos de Penha, vinculada à Univali e ao Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
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A pardela-de-bico-preto (Puffinus gravis) vítima do lixo descartado pelos humanos era um macho juvenil, e inicialmente, foi encaminhada para a unidade de estabilização de Armação do Itapocoróy, em Penha, para passar por triagem e exame clínico. De acordo com a avaliação veterinária, o animal estava magro, pesando 550 gramas, desidratado e com mucosas ocular e oral pálidas, além de apresentar penas na entrada do esôfago.
Apesar dos cuidados veterinários, a pardela não resistiu e morreu em 19 de janeiro. Após a morte, foi feito o exame de necropsia para avaliar as condições de saúde e a causa da morte.
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A pardela pesava 550 gramas no total. Pela contabilização dos técnicos da Univali, se uma pessoa de 60 quilos tivesse 1,3% de seu peso só de resíduos sólidos, isso equivaleria a 780 gramas. “Esse é um exemplo do impacto do lixo descartado nos oceanos, que afeta diretamente a fauna marinha”, afirmaram os veterinários, em nota.
Segundo veterinários, se uma pessoa de 60kg tivesse 1,3% do peso composto por plástico, equivaleria a 780 gramas
Em imagens postadas pelos profissionais, é mostrada a separação dos resíduos encontrados no estômago da ave, categorizados por tamanho, cor e tipo de plástico. Foram identificados plásticos duros, moles, maleáveis e microplásticos. Os microplásticos, em especial, representam um grande risco, pois são partículas menores que 5mm, facilmente confundidas com alimento por diversos animais marinhos.
Fotos Univali / Divulgação
Os resíduos ingeridos podem causar obstrução do trato digestivo, úlceras, desnutrição, e, em muitos casos serem o principal fator causador da morte. A ingestão de plásticos, impede que o animal faça digestão e absorção de nutrientes indispensáveis à vida.
“Estima-se que cerca de 8 milhões de toneladas de plástico sejam despejadas nos mares anualmente, prejudicando não apenas os ecossistemas marinhos, mas também os seres humanos, que também já estão ingerindo microplásticos presentes nos alimentos e na água”
Segundo os veterinários da Unidade Armação do Itapocoróy, esse é mais um caso que reflete um problema crescente que afeta a fauna marinha em todo o mundo: o impacto devastador do plástico nos oceanos.
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