Delegado geral de SC anuncia processo contra repórter e internautas após ser chamado de “porco sem-vergonha”
Ulisses Gabriel foi criticado por repórter policial após ladrão supostamente ter sido liberado de crime em Araquari
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]
Gabriel: “Não tenho medo de traficantes, ladrões, e não temerei haters ou influenciadores” (Foto: Divulgação)
O delegado geral de Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, entrou em rota de colisão contra um dos repórteres policiais mais conhecidos do norte do Estado – Willian Fritzke -, que atua na imprensa de Jaraguá do Sul. O pano de fundo foi uma prisão em Araquari e a soltura de um arrombador que vinha cometendo delitos nas últimas semanas.
Ulisses, em suas redes sociais, anunciou que irá processar o repórter e também internautas que o criticaram pela ocorrência – o delegado inclusive postou os prints (cópias) de Fritzke o acusando de ser o responsável pela soltura do ladrão, que após escapar da polícia em Araquari, caiu no interior de Jaraguá, durante um assalto a mão armada.
A partir dessa crítica do comunicador, internautas foram à página de Fritzke para acusar Ulisses de ser “apoiador” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “militante de nove dedos”, “porco sem-vergonha”, “vagabundo” e ter auxiliado na “liberação do vagabundo”. O delegado, na verdade, é defensor de Jorginho Mello (PL), e foi justamente o governador do Estado que o nomeou delegado geral, em janeiro de 2023.
De acordo com o delegado geral, Willian trazia erros grosseiros na sua matéria, apontando que o ladrão estaria “armado” e acabou “preso em flagrante”, sendo liberado em seguida. Nada disso aconteceu.
“Não havia flagrante delito”, aponta o delegado geral, criticando a matéria de Fritzke por apontar que o ladrão teria sido “liberado de qualquer jeito pelo delegado plantão em Araquari”. “A DIC de Jaraguá já estava atuando no pedido de prisão com base na lei (prisão preventiva)”, detalhou o delegado.
Ainda segundo Ulisses, os vários internautas começaram a atacá-lo nas redes a partir da matéria de Fritzke. “Os mesmos ‘cidadãos’ não elogiam quando uma prisão acontece. Se escondem atrás do computador ou do celular, com toda sua valentia, apenas para destilar ódio, recalques e críticas pesadas”, pontuou Gabriel, ao anunciar o processo.
“Não tenho medo de traficantes, ladrões ou membros de organizações criminosas. E não temerei haters ou influenciadores que invertem os fatos. Aprendi em 21 anos de serviço público, 18 como delegado de polícia, que não devo temer mal nenhum”, comentou o delegado, que escreveu o termo “repórter” entre aspas, para se referir a Willian.
Repórter “alivia” e elogia delegado
Após a polêmica, que se arrasta desde o início do ano, Fritzke moderou o tom. Retornou às redes no dia 9 de janeiro, alegando ter sido “mal interpretado” pelo delegado geral; que Ulisses “não teve culpa” das ocorrências em Jaraguá e Araquari, e também “estava empenhado” na captura do ladrão.
Willian ainda noticiou a prisão definitiva do arrombador: “A casa caiu de novo, mas agora desmoronou: cidadão que assaltou comércio em Jaraguá do Sul acaba de ser preso. Mandado de prisão foi expedido e policiais da DIC o cumpriram após campana. Parabenizo todos envolvidos”, reforçou o repórter.
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