As benzedeiras de Santa Catarina vão se tornar parte do Patrimônio Cultural Imaterial de Santa Catarina. O projeto com a proposta, do deputado Padre Pedro (PT), foi aprovado na Assembleia Legislativa (Alesc) na semana passada e encaminhado na terça-feira pra sanção do governador Jorginho Mello (PL).
Padre Pedro defendeu que o reconhecimento das benzedeiras é fundamental pra preservação de práticas culturais que tem um papel crucial na identidade, diversidade e riqueza cultural do estado. Segundo ...
Padre Pedro defendeu que o reconhecimento das benzedeiras é fundamental pra preservação de práticas culturais que tem um papel crucial na identidade, diversidade e riqueza cultural do estado. Segundo destacou, o conhecimento transmitido por essas mulheres, em grande parte pela forma oral, tem raízes profundas na história de Santa Catarina.
“As benzedeiras, ao longo dos anos, têm desempenhado um papel vital na preservação da identidade cultural de Santa Catarina. Suas práticas, carregadas de simbolismo e tradição, incorporam elementos que refletem a riqueza da cultura local, contribuindo para a continuidade e transmissão desses conhecimentos entre as gerações”, diz.
Além de valorizar a sabedoria popular, a ideia do projeto era também destacar a relação do trabalho das benzedeiras com as chamadas Práticas Integrativas e Complementares de Saúde, já reconhecidas pelo SUS. “As benzedeiras desempenham um papel importante na promoção da saúde tradicional, oferecendo cuidados preventivos e tratamentos para diversas aflições”, frisou.
O deputado comemorou o resultado da votação. A proposta tinha sido apresentada há um ano. “Com a aprovação do nosso projeto, as práticas de benzimento se tornam patrimônio histórico-cultural imaterial do estado, valorizando uma tradição que conecta fé, saúde e a cultura de nosso povo”, destacou.
Benzedeiras da região
Na região de Itajaí, as práticas de benzimento tem nomes tradicionais. Dona Tibéria Espíndola Gardini, 90 anos, de Camboriú, exerce o “ofício” há mais de 30 anos, atendendo pessoas que várias cidades da região. No bairro São Pedro, em Navegantes, Maria Beatriz Romão Emílio, 64 anos, a Bibi, faz parte da terceira geração de benzedeiras da família.
Em Itajaí, dona Vildi Grossklags, de 83 anos, uma das mais antigas benzedeiras da região, segue atendendo dezenas de pessoas na casa na avenida Osvaldo Reis, no bairro Fazenda. Recentemente, foi dona Vildi quem precisou de ajuda da comunidade pra recuperar a horta destruída pelas chuvas. A causa, que contou com divulgação do DIARINHO, mobilizou a equipe do projeto Hortas Comunitárias na reconstrução dos canteiros e da plantação.