A mãe de um aluno de 11 anos do colégio Adventista de Itajaí denunciou negligência da instituição ao pedir providências sobre os frequentes casos de bullying e agressão sofridos pelo filho e praticados por um colega de classe. Ela conta que o filho tem comportamento que pode estar ligado a autismo e que ele se mutila devido ao bullying. Na segunda-feira passada, ao questionar a direção, a mãe do aluno afirma que virou alvo de deboche e foi expulsa da sala.
A Polícia Militar foi chamada e registrou um boletim de ocorrência. No dia seguinte, o caso foi denunciado na Polícia Civil e no Ministério Público. O Conselho Tutelar de Itajaí também foi acionado ...
A Polícia Militar foi chamada e registrou um boletim de ocorrência. No dia seguinte, o caso foi denunciado na Polícia Civil e no Ministério Público. O Conselho Tutelar de Itajaí também foi acionado. Na denúncia, a mãe do menino relata que o filho vem se incomodando há tempo com o mesmo colega. Ele havia contado para o avô os casos de bullying, sendo chamado de “lixo”, “gordo” e “catinguento”, entre outros comentários sobre sua aparência, além de ter sido agredido fisicamente pelo colega.
Ao saber da situação, a mãe pediu que o filho fosse trocado de lugar na sala e buscou ajuda de uma psicóloga, mas a escola teria dito que isso não era necessário. Ela também informou que o filho se mutila por conta do bullying. O garoto é diagnosticado com comportamentos infantilizados, dificuldades de interação social, agitação psicomotora e alterações no sono, e pode ter autismo, mas ainda sem laudo confirmando o quadro.
Os pais do aluno agressor teriam sido notificados do caso pela direção, mas a mãe da vítima diz não ter certeza se isso foi feito mesmo. Ao ir até o colégio pra saber das medidas adotadas, a mãe foi informada que o agressor não seria trocado de sala e que quem precisaria mudar de classe seria o filho, conforme norma da escola, o que a revoltou e a levou a chamar a polícia, entendendo que a direção precisava garantir a segurança do filho.
Segundo a mãe do aluno, os diretores não deram “a mínima” e a expulsaram da sala. Eles teriam rido e debochado da mulher, que se sentiu humilhada e constrangida. Um diretor também teria exposto a mãe do aluno falando de um problema de saúde particular dela. “Os diretores são debochados. Me trataram como lixo, colocando eu pra fora. Eles foram negligentes com o meu filho com esse caso de bullying na escola e eu fui desrespeitada", comentou.
Relatório médico faz orientações pra acompanhamento
Ela conta que o filho toma medicamentos controlados e que tá preocupada que ele possa repetir de ano se não houver providências urgentes contra o bullying. “Ele se machuca, se mutila, quanto tá com crise, nervoso, com ansiedade, por causa dos problemas dele, e os diretores – o vice e a diretora – me expulsaram e nada fizeram. Falaram que não ia mudar o menino [agressor] de sala”, completou.
O relatório médico que atestou o quadro de fobia social do menino aponta que são necessários mais testes pra afastar que as causas das condições de comportamento e desenvolvimento sejam autismo, TDHA ou outra. Mas o documento traz orientações de acompanhamento, entre elas que a escola atue pra acabar com o bullying.
“A médica diz que algum grau de autismo ele tem, mas eles [diretores] ficam duvidando das orientações da médica”, critica. Os testes de autismo eram previstos após um trabalho pra estabilização emocional do menino, mas após o episódio nesta semana na escola, a mãe do garoto conta que a condição psicológica do filho piorou.
Segundo a resposta do colégio à mãe do aluno na quarta-feira, o colégio disse que a situação foi encaminhada para o departamento jurídico da instituição, que já estaria tratando do tema com o Conselho Tutelar. Ao DIARINHO, a secretaria informou que o pedido de esclarecimentos da reportagem sobre o caso seria encaminhado ao setor responsável para posterior resposta.