VALE DO ITAJAÍ

Estado lança edital para construção de barragem contra cheias

Obra que deve conter cheias também na região de Itajaí, esperada há mais de 10 anos, está orçada em R$ 155 milhões

Itajaí, BC e Brusque serão beneficiadas com estrutura, que servirá também pra abastecimento de água (Foto: Julio Carvalheiro/Arquivo/Secom-SC)
Itajaí, BC e Brusque serão beneficiadas com estrutura, que servirá também pra abastecimento de água (Foto: Julio Carvalheiro/Arquivo/Secom-SC)

Após quase um ano das cheias que afetaram o Vale do Itajaí em 2023, o governo de Santa Catarina retomou a licitação pra construção de barragem de contenção de enchentes no rio Itajaí-mirim, em Botuverá. A obra, recomendada pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) há mais de 10 anos, tem estudos concluídos desde 2014 e foi “desengavetada” no ano passado diante das inundações na região.

A barragem em Botuverá tem orçamento de R$ 155 milhões e segue o regime de execução indireta, no formato semi-integrado. Isso quer dizer que o governo vai contratar uma empresa que ficará responsável tanto pela elaboração dos projetos executivos, a partir do projeto básico do edital, tanto pela obra em si. A apresentação de propostas pelas empresas está aberta até 17 de dezembro.

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A construção servirá pra controle das águas do Itajaí-mirim, protegendo os municípios de Botuverá, Brusque e Itajaí de enchentes que historicamente afetam a bacia do rio Itajaí-Açu. O projeto surgiu de estudos em parceria com a Jica, após as cheias de 2008 e 2011, quando a agência japonesa recomendou novas barragens, entre outras obras, como estratégia pra contenção enchentes na região.

A obra é prevista na localidade de Areia Baixa, a 18 quilômetros do centro de Botuverá. Além do principal objetivo que é contenção de cheias, a barragem também servirá pra abastecimento de água em Botuverá, Brusque, Itajaí e Balneário Camboriú, a partir do volume de água represado. A estrutura terá capacidade para acumular 15,7 hm³ (15,7 milhões de metros cúbicos) de água e deve beneficiar cerca de 1,5 milhão de pessoas na região.

O projeto básico também prevê o uso da barragem para geração de energia elétrica, com potencial estimado de até um megawatt. Além disso, a criação de um lago artificial no local terá um valor paisagístico, podendo estimular projetos de turismo, como de piscicultura, entre outras atividades econômicas. Outro benefício é que a obra ajude a proteger as florestas do Parque Nacional do Itajaí, a montante da barragem.

A estrutura terá comprimento total de 138 metros, com 36 metros de altura e uma área inundada de 113 hectares. O prazo de execução da obra é de 24 meses, segundo o edital. A última tentativa de licitação da obra foi em 2022. Na época, o edital lançado pelo então governador Carlos Moisés tinha orçamento de R$ 110 milhões e emperrou pelo caminho.

Mirim Doce

O governo do estado também lançou a licitação para construção da barragem do rio Taió, em Mirim Doce, no Alto Vale do Itajaí, que integra os projetos contras as enchentes na bacia hidrográfica do rio Itajaí-açu. O edital tem orçamento de R$ 93,1 milhões. Com as duas barragens previstas, os investimentos somam cerca de R$ 248 milhões, com projetos que vão atender uma bacia de 15 mil km².

“O armazenamento temporário do excesso de água será crucial para reduzir a velocidade do escoamento e diminuir os danos nas áreas adjacentes”, aponta o relatório técnico realizado pela Defesa Civil. “Essas barragens são uma resposta a um problema histórico e um passo significativo para a proteção da nossa gente”, comentou o governador Jorginho Mello (PL).

Segundo a Defesa Civil do Estado, os dois projetos foram planejados com rigorosos critérios ambientais para minimizar os impactos locais.  A empresa vencedora terá que implementar um Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad), além de gerir os resíduos da construção civil e garantir que áreas afetadas sejam estabilizadas e revegetadas com espécies nativas ao fim das obras.

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A construção das barragens será monitorada por sistemas remotos, com câmeras e relatórios audiovisuais. O acompanhamento por parte de órgãos de controle visa garantir transparência e segurança, com inspeções periódicas e relatórios mensais enviados à secretaria de Defesa Civil. A expectativa do órgão é que as barragens estejam operacionais em dois anos.



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