Os dados são da consultoria Brain, que analisou 19 cidades catarinenses, a maioria no Litoral Norte. De abril a junho, foram vendidas 9650 unidades residenciais nas cidades pesquisadas. No mesmo período, a venda de imóveis na região Sul cresceu 9,4%, enquanto em Santa Catarina o aumento foi de 23,1%, comparado ao segundo trimestre de 2023.
O estado também se destacou no mercado de imóveis de luxo, com Balneário Camboriú, Porto Belo e Itapema figurando no topo da lista de lançamentos de unidades de luxo (entre R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões) e superluxo (acima de R$ 3 milhões). Balneário Camboriú liderou o ranking, com 395 unidades lançadas no segundo trimestre.
“O estado tem um dos litorais mais bonitos do Brasil. Empresários do agronegócio, atraídos pelas belezas naturais e pelo potencial de valorização dos imóveis, têm direcionado seus investimentos para a região litorânea”, afirmou Marcos Bellicanta, presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Construção da Fiesc.
Balneário Camboriú e Itapema também lideram a valorização imobiliária na região, com os preços mais altos do país. Segundo o índice FipeZap de agosto, o metro quadrado em Balneário Camboriú é o mais caro do Brasil, custando R$ 13.502, seguido de perto por Itapema, com valor de R$ 13.423. Itajaí ocupa a terceira posição, com R$ 11.574, e Florianópolis está em quarto, fechando o ranking catarinense.
Lançamentos mais valorizados
Segundo a consultoria Brain, Jaraguá do Sul liderou a valorização do metro quadrado nos últimos 12 meses na região Sul, com alta de 23%. Balneário Camboriú também ocupa o topo da lista, com o maior valor por metro quadrado nos lançamentos: R$ 27.245. A segunda posição ficou com Gramado (RS), onde o metro quadrado das novas unidades atingiu R$ 17.305.
Apesar dos lançamentos valorizados, a entrega de novas unidades caiu 12% em Santa Catarina em comparação com o segundo trimestre de 2023. Para Marcos Bellicanta, essa redução reflete a cautela dos empreendedores, diante de um cenário econômico mais adverso, marcado pela alta do dólar e possível aumento dos juros.
No entanto, a expectativa é positiva para o segundo semestre. “Há também um fator de sazonalidade, com prazos de aprovação de projetos nas prefeituras. A queda de 12% nos lançamentos não é tão relevante, já que historicamente o segundo semestre tende a ter mais lançamentos e aquecimento nas vendas”, explicou Bellicanta.
Entre os apartamentos de padrão econômico, dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, Blumenau se destacou como a cidade catarinense com mais lançamentos, ocupando a 5ª posição na região Sul. Palhoça e Joinville também figuram entre as 10 primeiras. A menor participação de Santa Catarina no programa, com 1387 unidades lançadas, é explicada pela alta renda per capita do estado.
Mercado de luxo bate recorde em 2024
As vendas de imóveis de luxo registraram recorde no primeiro semestre de 2024. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), divulgados em agosto, mostram aumento de 10,6% nas vendas de apartamentos acima de R$ 1,5 milhão, totalizando 5,7 mil unidades vendidas.
O Valor Geral de Vendas (VGV) desses imóveis ultrapassou R$ 17,2 bilhões, levando a Cbic a revisar para cima a previsão de crescimento para o setor em 2024, de 2,3% para 3%. Essa expectativa é impulsionada pelos novos lançamentos previstos para o segundo semestre.
Em Balneário Camboriú, que possui os prédios mais altos do Brasil, os preços dos imóveis de alto padrão também seguem elevados. O edifício Titanium Tower, em construção pela FG, terá uma cobertura duplex avaliada em R$ 95 milhões, tornando-se o apartamento mais caro da cidade e um dos mais caros do país. Atualmente, imóveis de luxo em Balneário podem chegar a R$ 40 milhões.
No Brasil, a revista Forbes elegeu o edifício Tom Delfim Moreira, no Rio de Janeiro (RJ), como o apartamento mais caro do país, avaliado em R$ 38 milhões. Em Itapema e Balneário Camboriú novos empreendimentos vão ultrapassar esse valor.
O edifício Edify One, com entrega prevista para 2028, terá apartamentos com valores entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões. Em Porto Belo, imóveis de luxo já são comercializados por quase R$ 5 milhões.