Três guardas de Balneário Camboriú embarcaram no sábado para Fort Lauderdale, na Flórida, Estados Unidos, para um intercâmbio de oito dias no Departamento de Xerifes do Condado de Broward, o segundo maior do país e com moderna estrutura de treinamento usada por órgãos federais especializados, como o FBI, CIA e DEA. Os guardas foram recebidos na tarde de domingo e passarão por uma série de atividades, visitas e treinamentos durante a semana.
Os integrantes escolhidos pela Secretaria de Segurança de BC são Rafael Neis, do serviço de pós-crime; Fábio Santana, supervisor do trabalho de rua e Édio Barbosa, subcomandante da GMBC ...
Os integrantes escolhidos pela Secretaria de Segurança de BC são Rafael Neis, do serviço de pós-crime; Fábio Santana, supervisor do trabalho de rua e Édio Barbosa, subcomandante da GMBC, por serem destaques em suas áreas de atuação. O trio passará a semana conhecendo o modelo de polícia pelo departamento de Broward, comandado pelo xerife Gregory Tony.
O condado é um dos 67 do estado da Flórida e tem como sede a cidade mais populosa, Fort Lauderdale. O convite para a GM de Balneário fazer o intercâmbio partiu do xerife Marcus Pasetti, que nasceu em Caxias do Sul (RS), estudou na Univali, em Itajaí, e morou em Balneário Camboriú, onde cresceu e formou família antes de se mudar definitivamente para os Estados Unidos, onde vive há mais de 20 anos.
Marcus atua em Dania Beach, uma das 22 cidades do condado, e é instrutor do setor de treinamentos do departamento de Broward. Ele é amigo pessoal do secretário de segurança de BC, Gabriel Castanheira, e ainda tem familiares na cidade. “Meus pais e meu irmão ainda moram em Balneário Camboriú, então a família ainda é daí e a gente tem uma conexão muito grande com a cidade”, comentou.
Visitas, aulas e treinamentos
Ele explica que os guardas de BC terão uma semana inteira de programação, com visitas, aulas e diversos treinamentos. Entre as atividades, eles vão conhecer o sistema de monitoramento por câmeras, que tem sido usado pra resolver crimes de assassinatos e é visto como modelo para o futuro do policiamento em outras cidades. “É mais ou menos semelhante ao que estão fazendo em Balneário Camboriú”, observa Marcus.
Os guardas também farão atividades e exercícios com o esquadrão antibombas, a Swat, que atua em casos de ataques a escolas e locais públicos. Na programação ainda está visita à unidade marinha do departamento, encontro com o xerife principal e aulas sobre o uso de câmeras corporais, funcionamento da corregedoria, situações de abuso de força policial, entre outros temas.
“Eles vão ver como a gente atua aqui, para poder levar essa informação para o Brasil e até poder implementar ou mudar algumas das leis locais, pra que possam ver o que está funcionando e o que é um sucesso aqui pra fazer aí no Brasil”, comenta Marcus.
O intercâmbio prevê que depois policiais norte-americanos também venham para Balneário, fazendo uma troca de aprendizado. “A ideia é nós irmos para BC, com um grupo nosso, onde a gente vai trabalhar com áreas que vocês são mais acostumados e que para nós seria importante aprender”, afirma o xerife. A visita poderá ocorrer ainda neste ano ou no início de 2025.
Modelo para Balneário Camboriú
A atuação da polícia dos Estados Unidos é um modelo que o secretário de Segurança de BC defende para a GM desde que comanda a pasta. No polícia norte-americana não há a divisão entre polícias militar, civil e municipal. Marcus Pasetti explica que tudo faz parte de uma “agência”. O órgão forma policiais na academia para atuação, inicialmente, nas ruas, no trânsito e na central de emergência, o famoso 911.
Com o tempo, os agentes vão pra serviços especializados, virando detetives, membros da Swat e agentes de unidades aéreas ou marítimas. “Aqui existe a polícia da cidade, então por exemplo, a polícia de Fort Lauderdale ou de Hollywood, eles só podem atuar dentro da cidade e eles são chamados de polícia. O xerife é acima, ele trabalha no condado inteiro, que é uma área grande com várias cidades incluídas”, detalha Marcus.
No caso do departamento de Broward, onde trabalha, Marcus informa que o órgão é o segundo maior dos Estados Unidos, com mais de seis mil funcionários e que atende policiais de agências federais como o FBI. O departamento acabou de inaugurar um novo prédio para treinamentos, com investimento de mais de 100 milhões de dólares em estrutura de última geração. O local permite, entre outras atividades, simulações de ocorrências.