Paris 2024

Com mulheres em destaque, Brasil fica a uma medalha do recorde de Tóquio, mas diminui ouros

Delegação brasileira somou 20 medalhas em Paris, com três ouros, sete pratas e 10 bronzes

Anderson Davi [editores@diarinho.com.br]

Publicado 11/08/2024 17:48
Editado 11/08/2024 17:51

Seleção feminina de futebol mostrou representatividade das mulheres em Paris. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

O Brasil encerrou neste sábado a sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris com 20 medalhas, sendo três ouros, sete pratas e 10 bronzes. A meta do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) era superar o recorde de medalhas de Tóquio 2020, quando o Brasil conquistou 21 medalhas. Já a quantidade de ouros das duas últimas Olimpíadas ficou distante, quando os brasileiros faturaram sete ouros em cada.
O principal destaque da edição francesa dos Jogos ficou para as mulheres. Maioria na delegação de 275 atletas do país pela primeira vez, as mulheres foram responsáveis pelos três ouros: Rebeca Andrade (ginástica artística), Beatriz Souza (judô) e a dupla Duda e Ana Patrícia (vôlei de praia). Além disso, elas conquistaram 12 das 20 medalhas, sendo uma delas o bronze em modalidade mista, no judô por equipes.
“Há dois ciclos olímpicos, após ser identificada uma oportunidade de crescimento do esporte feminino, o COB começou a investir especificamente nas mulheres. Não só atletas, mas também para tentar aumentar o número de treinadoras e gestoras. O que vimos aqui em Paris no esporte, também reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo” comenta Mariana Mello, gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo do COB.
A diminuição de ouros fez com que o Brasil figurasse apenas no 20º lugar do quadro geral de medalhas. No quadro por quantidade de medalhas, o Brasil foi o 13º colocado. Em Tóquio 2020, o Brasil ficou no 12º lugar nos dois rankings. Já na Rio 2016, quando sediou os Jogos, o Brasil teve sete ouros e 19 medalhas no total, ficando em 13º lugar nos dois quadros de medalhas.
Na disputa das potências olímpicas, o Estados Unidos passou à frente da China na última modalidade a ser finalizada, no basquete feminino. Americanos e chineses tiveram 41 ouros cada, mas os Estados Undios levou vantagem nas pratas, com 47 contra 27. No total de medalhas, os americanos dispararam na frente, com 126 medalhas contra 91 dos chinenses. O Japão foi o terceiro país com mais ouros, com 20 no total. Já a Grã-Bretanha foi o terceiro país com mais pódios, com 65 no total.

Campeões no engajamento

Se tem uma coisa que o brasileiro sabe fazer em Olimpíadas é torcer. Destaque nos espaços esportivos de Paris pela animação e irreverência, os brasileiros também tiveram grande engajamento na internet. Não por menos, o perfil no Instagram de comitê olímpico com mais seguidores entre todas as nações é o do Time Brasil, com 3,1 milhões de seguidores.
Além disso, muitos atletas brasileiros também tiveram um grandes salto de seguidores, impulsionados também por uma das principais novidades na cobertura olímpica no país, a transmissão da Cazé TV no YouTube. O canal transmitiu todos os esportes com participação de brasileiros gratuitamente na internet e chegou à 16 milhões de inscritos durante os Jogos.
“O trabalho de comunicação foi muito importante, conseguimos superar os Estados Unidos como o Comitê mais seguido no Instagram. O tamanho das nossas redes atrai público, atrai novos patrocinadores e investimento. A imagem é muito importante para o movimento olímpico do Brasil. A Bia Souza, por exemplo, saiu de 10 mil seguidores para quase 3 milhões. As meninas da ginástica artística viraram ídolas nacionais. Medina teve uma das fotos mais vistas da história dos Jogos Olímpicos. É uma demonstração de que não só o resultado esportivo foi bem sucedido, mas o brasileiro se engajou e consumiu o esporte olímpico”, relembra Paulo Conde, diretor de comunicação do COB.
O engajamento foi tanto que até os rivais dos brasileiros nos Jogos foram atingidos. Eliminado por Gabriel Medina no surfe, o japonês Kanoa Igarashi foi um dos alvos dos torcedores nas redes sociais. Já a jogadora de futebol espanhola Jenni Hermoso recebeu mais de 180 mil comentários dos brasileiros em seu perfil no instagram, após dizer que a "Espanha perdeu para um time que não joga futebol", se referindo à derrota para o Brasil na semifinal. Hermoso teve que bloquear os comentários em sua rede social e pediu desculpas pela declaração.