A protetora de animais Melissa Menezes, de Itajaí, denunciou pelas redes sociais um caso de surto grave de cinomose, doença contagiosa canina, e erliquiose, conhecida como “doença do carrapato”, numa moradoria no bairro São Vicente. No local, o morador vive em condições insalubres com mais de 50 animais, entre cães e gatos.
Melissa relata que, no último mês, mais de 10 cachorros morreram e outros estão doentes. Ela opina que a situação caracteriza maus-tratos e coloca em risco a saúde de toda a vizinhança ...
Melissa relata que, no último mês, mais de 10 cachorros morreram e outros estão doentes. Ela opina que a situação caracteriza maus-tratos e coloca em risco a saúde de toda a vizinhança, além do próprio morador, que tem 66 anos e é catador de recicláveis e acumulador de materiais.
No imóvel há entulhos por todo lado e a sujeira atrai ratos e baratas, comprometendo ainda mais as condições sanitárias do local. A protetora lembra que o caso é de conhecimento das autoridades desde 2020, a partir de denúncias de vizinhos e de protetores de animais, mas nenhuma medida foi tomada até agora e a situação só piora.
Melissa e a protetora Merilim Falcão estiveram no endereço e conversaram com o morador. Elas tentaram alertar o homem sobre os riscos de manter os animais sem cuidados veterinários e resgatar os animais, mas ele não deu bola.
“É uma pessoa muito simples e difícil de entender. Ele não quer entender o que está acontecendo. Ele acredita que colocar água e comida seja o suficiente pra cuidar de um animal. O senhor não entende que o cuidado veterinário, a vacinação, o remédio antipulgas também são cuidados”, comenta.
Mais problemas
Além dos animais doentes, o morador também tem gatos não castrados e uma gata com três filhotes. Ele não atendeu ao apelo das protetoras para deixar ver a situação e nem aceitou doar os gatinhos.
Diante do caso, Melissa decidiu levar a denúncia ao Ministério Público e às secretarias de Saúde e de Assistência Social, pedindo alguma intervenção dos órgãos.
Medidas urgentes
A solicitação é que seja feita a retirada imediata dos animais sem sintomas para tratamento adequado e o resgate dos gatos não castrados, como medida para evitar mais mortes e impedir que novos animais sejam levados para o ambiente contaminado. Outro pedido é que o morador receba atendimento de um assistente social para os encaminhamentos necessários.
A protetora lamentou que essas medidas não tenham sido tomadas anteriormente. “Se lá em 2020 o município tivesse agido a fim de tirar esses animais, não estaríamos lidando agora com um surto de uma doença contagiosa e fatal. A solução agora seria tentar separar os animais assintomáticos, vacinar e suplementar todos pra tentar salvar e retirar de lá, castrar…”, destaca.
Para os animais já contaminados, Melissa diz que eles vão definhar até morrer. A cinomose é uma doença viral altamente contagiosa que costuma afetar cães que não foram devidamente vacinados. A doença pode ser curada com tratamento contra os sintomas, mas o quadro geralmente é grave, atacando diversos sistemas do corpo, e costuma levar à morte.
Para evitar mais mortes de animais no endereço, a protetora destaca a necessidade de intervenção do município para eliminar as condições insalubres do imóvel, além de proibir que o morador tenha qualquer animal. “É nítida a insalubridade do local. [Tem que] fiscalizar eternamente essa residência, encaminhá-lo para atendimento psicológico e acompanhamento da assistência social”, conclui.