O ex-secretário Municipal de Governo de Itajaí (Segov), Jean Carlos Sestrem, não é mais o presidente do União Brasil (UB). O partido tem como pré-candidato a prefeito o ex-secretário de Obras, Márcio Gonçalves, o Dedé. Assim que Sestrem pediu exoneração da prefeitura de Itajaí em abril deste ano e vieram a público denúncias contra antigos aliados políticos, o partido trocou o comando da executiva municipal e manteve-se no governo Morastoni.

O advogado Alcy Nelson da Silva Neto assumiu a presidência do UB em 29 de abril. Ele está à frente da comissão provisória da executiva municipal, cuja nomeação é válida até 7 de outubro deste ano. O vice-presidente é o ex-juiz da Vara de Execução Penal de Itajaí, advogado Pedro Walicoski Carvalho. A tesoureira é Daniela Maes, com o secretário-geral sendo o conselheiro tutelar, Rafael Orthmann. Ainda fazem parte da executiva Claudio dos Santos, Ezequiel João Gonçalves, Jhonatha Serpa, Márcio Dedé, Rodrigo Campesatti e Thiago Ramos Maes.

Sestrem deixou o comando do partido, segundo a assessoria do UB, mas manteve-se filiado. Ele trouxe à tona uma denúncia de suposta fraude em um documento anexado ao processo de uma licitação municipal de R$ 9 milhões, cancelada antes de acontecer. Desde 10 de maio, uma Comissão de Apuração de Denúncias investiga as acusações feitas por Sestrem. O órgão tem prazo de 90 dias para analisar os documentos e fazer um relatório interno. A comissão é formada pelos servidores municipais efetivos Rafael Luiz Pinto, Rogério Camargo e Iran Ailson de Oliveira Brasil, com o acompanhamento de Tales Guedim Jr., servidor de carreira na procuradoria da Câmara de Vereadores, indicado pelo legislativo para averiguar os trabalhos.

A comissão vai analisar o processo 001/2024, da Segov, aberto para apurar supostas irregularidades na licitação cancelada no ano passado. A denúncia de Sestrem colocou sob suspeita um atestado de capacidade técnica com a assinatura do prefeito.

O documento foi apresentado pela empresa Eco Litoral, do presidente municipal do MDB, Wilson Rebelo Júnior, que prestou serviço de engenharia a uma empresa privada em 2021 e participou da licitação do município em 2023.

A licitação alvo das denúncias é um pregão de 2023 que acabou cancelado antes de acontecer. A prefeitura destacou que o processo não trouxe prejuízo aos cofres públicos, pois nenhuma empresa foi contratada e nada foi pago pelo serviço.

O procedimento foi revogado após recomendação do TCE ainda em 2023. O TCE disse que o processo deveria ser feito na modalidade técnica e preço e não apenas na de menor preço.