A família de Jonathan Proença da Costa, 23 anos, que faleceu no hospital Marieta na sexta-feira da semana passada, promete processar o hospital por supostamente ter esquecido o corpo no necrotério do hospital. O corpo ficou oito horas sem que os responsáveis tivessem acionado a Polícia Científica para o recolhimento, necropsia e liberação para o funeral.
O motorista Fernando Augusto Proença Gavião, de 33 anos, conta que seu irmão estava de moto quando teve a frente cortada por um carro no cruzamento da avenida Contorno Sul com a BR 101 ...
O motorista Fernando Augusto Proença Gavião, de 33 anos, conta que seu irmão estava de moto quando teve a frente cortada por um carro no cruzamento da avenida Contorno Sul com a BR 101, no dia 26 de maio. Ele ficou internado em coma até sexta-feira, dia 31, às 10h30, quando foi confirmada a morte cerebral.
A família foi chamada para se despedir do rapaz, antes de os aparelhos serem desligados. Fernando e a mãe foram até o Marieta para dar o último adeus a Jonathan, que trabalhava como autônomo e morava no bairro Gravatá, em Navegantes.
A partir deste momento inicia a revolta da família. Fernando procurou a Polícia Científica de BC, perto das 21h de sexta, para fazer a liberação do corpo para o velório, acreditando que o IML já tinha feito a necropsia.
A família foi surpreendida pela informação de que o Marieta não havia acionado o IML. “O Marieta esqueceu o meu irmão lá. Foi trocando o plantão, trocando o plantão, mas não acionaram o IML. O rapaz do IML ligou umas seis vezes para o Marieta e ninguém atendia”, conta.
O IML de BC só foi buscar o corpo porque Fernando implorou para que a necropsia fosse feita, porque eles tinham horário para iniciar o velório no cemitério do Gravatá. “Tenho gravado, eu vou processar o Marieta. Não pelo dinheiro, mas pela justiça. Eu vi meu irmão duas vezes naquele gamelão. O que eu passei não desejo que ninguém passe...”, desabafa.
Fernando registrou em vídeo quando, após oito horas da morte de Jonathan, o IML saiu de BC para recolher o corpo no Marieta. O rapaz foi sepultado no cemitério do Gravatá no sábado.
O Marieta rebate a denúncia alegando que o IML foi acionado e demorou para buscá-lo. “Os familiares foram acolhidos pela equipe da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes às 16h30 de sexta. A abordagem segue um protocolo de rotina hospitalar. Os familiares negaram a doação e com isso houve a comunicação do óbito ao IML às 17h53. É de responsabilidade do IML o procedimento de buscar o corpo no hospital e liberar aos familiares”, alega o hospital.