Supermercados de SC desmentem risco de falta de comida por tragédia no RS
Itens como água mineral podem faltar momentaneamente por dificuldade de transporte dos fornecedores
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Governo liberou de impostos a importação do arroz para que o produto não falte (fotos: João Batista)
A Associação Catarinense de Supermercados (Acats) desmente qualquer risco de desabastecimento generalizado em função da tragédia no Rio Grande do Sul. Mas confirma que alguns itens como água mineral, podem faltar de forma isolada, conforme a região em Santa Catarina, por conta da dificuldade de transporte das mercadorias.
“Temos mantido contato com os empresários do setor, estamos monitorando a situação e trabalhando para diminuir risco de interrupções, mas é importante destacar que Santa Catarina dispõe ...
“Temos mantido contato com os empresários do setor, estamos monitorando a situação e trabalhando para diminuir risco de interrupções, mas é importante destacar que Santa Catarina dispõe de uma economia diversificada e bem estabelecida, que deve ajudar a absorver esses impactos”, comenta o presidente da Acats, Alexandre Siminoni.
Alexandre recomendou que os consumidores mantenham compras regulares e evitem estoques desnecessários. Ele ainda destacou que, no momento, o mais importante é ajudar quem precisa.
A associação informou que diversos supermercados estão promovendo campanhas de doação dos clientes ao estado gaúcho e também fazendo doações diretas.
Sem falta de comida
Na região de Itajaí, alguns supermercados consultados responderam que não há desabastecimento. No grupo Angeloni, a empresa adota limitação de compras “em quantidades muito grandes, para atender ao maior número possível de pessoas”.
No Fort Atacadista houve limitação de itens no início do mês, quando teve uma corrida pra compra de donativos e os estoques diminuíram do dia para a noite, prejudicando a reposição em algumas lojas por causa da alta procura.
A empresa reforçou as equipes e, no momento, a situação já é de normalização do abastecimento.
Água mineral pode faltar
Empresas não estão conseguindo transporte suficiente para dar vazão aos estoques
A água mineral é um item que pode faltar isoladamente em alguns mercados conforme a região. Segundo a Acats, o risco não é pela falta do produto em si, mas pela dificuldade na logística de entrega e na produção de embalagens. Algumas empresas não estão conseguindo transporte suficiente para dar vazão aos estoques.
“Além disso, por conta de estarmos em uma época em que tradicionalmente cai o consumo de água em relação ao verão, as indústrias de embalagens não estavam preparadas para uma demanda tão grande”, explica Octavio Neto, diretor executivo da Acats. Ele tem mantido contato com supermercadistas de diferentes regiões do estado pra acompanhar a situação.
Um dos fornecedores com problema na entrega é a Fonte Sarandi Águas Minerais. A empresa gaúcha entrou em contato com a Acats para avisar que está sem meios de entregar as mercadorias para doações e também os produtos já vendidos para empresas catarinenses, pois seus caminhões estão “presos” por conta da enchente.
“Os próprios supermercados estão se organizando para buscar a mercadoria, seja para venda ou doação”, adianta o diretor da Acats.
Ainda conforme a associação, no caso de o estoque da água faltar em algum momento, o abastecimento deverá ser reposto em questão de poucos dias.
Governo zera tarifa de importação de arroz
A proposta para zerar o imposto de importação de três tipos de arroz foi aprovada em reunião extraordinária do Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), na segunda-feira. A medida valerá até 31 de dezembro deste ano pra garantir o abastecimento e reduzir os impactos econômicos e sociais das enchentes no Rio Grande do Sul.
A decisão inclui dois tipos de arroz não parboilizados e um do tipo polido/brunido na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum. A medida atende a pedido do Ministério da Agricultura e da Companhia Nacional de Abastecimento para evitar que a oferta nacional do produto seja comprometida pelas enchentes.
O estado gaúcho é o maior produtor do país, responsável por cerca de 70% do plantio nacional. “Ao zerar as tarifas, buscamos evitar problemas de desabastecimento ou de aumento do preço do produto no Brasil, por causa da redução de oferta”, destacou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
No último dia 15, o governo federal definiu as regras para a importação de arroz beneficiado pela Conab. A companhia está autorizada a importar até um milhão de toneladas de arroz por meio de leilões públicos, ao longo de 2024. A primeira compra, de até 104.034 toneladas, tem investimento de R$ 516 milhões, incluindo as despesas pra equilíbrio dos preços de venda.
A primeira remessa de arroz será destinada à venda para pequenos varejistas e equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional das regiões metropolitanas dos estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará e Ceará, conforme portaria do governo federal.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, explicou que a medida evitará a alta nos preços e que o arroz importado não irá concorrer com os nacionais, pois o produto do exterior deve ser repassado apenas para pequenos mercados. Hoje, a maior parte das importações de arroz no Brasil são do Mercosul, já com taxa zero de importação, mas há potencial para importação de outros países, como a Tailândia.
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