Expedição parte de Itajaí pra pesquisa inédita sobre moluscos contaminados
Equipe vai rodar 7000 km do litoral em 70 dias e vai atrás de microplásticos em ostras, vieiras e mexilhões
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Pesquisa científica tem parceria entre a Familia Schürmann e a USP (Foto: Laura Campanella)
O projeto Voz dos Oceanos, liderado pela Família Schurmann, iniciou neste sábado uma expedição científica inédita no Brasil. Durante 70 dias, uma equipe formada exclusivamente por mulheres percorrerá por terra 20 cidades litorâneas de Santa Catarina ao Pará coletando ostras, vieiras e mexilhões para diagnosticar a presença de microplásticos em organismos marinhos na costa do Brasil.
A iniciativa, que saiu da Marina Itajaí, é guiada por uma pesquisa científica em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e coordenada pelo professor Alexandre Turra. Os animais ...
A iniciativa, que saiu da Marina Itajaí, é guiada por uma pesquisa científica em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e coordenada pelo professor Alexandre Turra. Os animais bivalves serão coletados e enviados para análise nos laboratórios da USP para contribuir com o estudo inédito do professor Turra.
“Os bivalves são moluscos que têm duas conchas. Quando você come uma ostra ou mexilhão, consome o animal inteiro e, como esses organismos são filtradores, o que tem na água é filtrado por eles. É diferente de quando você come um peixe. Além da gente conseguir usá-los para monitorar o ambiente, explica Turra, coordenador da Cátedra Unesco de Sustentabilidade Oceânica, do Instituto Oceanográfico da USP”, explica o professor, que é coordenador da Cátedra Unesco de Sustentabilidade Oceânica, do Instituto Oceanográfico da USP.
Ao término da expedição, a pesquisa apresentará um diagnóstico de microplásticos em organismos marinhos, abordando, inclusive, a preocupação crescente com a segurança alimentar derivada da ingestão de alimentos do mar. “Nosso objetivo é analisar a presença de microplásticos em bivalves de interesse comercial, comprados em feiras e mercados em diversas localidades ao longo do trajeto dessa expedição científica da Voz dos Oceanos”, completa o professor.
Contaminação
Segundo Vilfredo e Heloisa Schurmann, líderes da Voz dos Oceanos, nos últimos dois anos o projeto constatou a presença de plástico e microplástico em cerca de 100 destinos nas américas do Sul, Central e do Norte e na Oceania.
“Agora, a expedição terrestre concretiza o pilar científico deste grande projeto. A pesquisa poderá contribuir para os esforços relacionados à redução da poluição dos mares e para mitigar o consumo de alimentos com microplásticos de origem marinha. Trata-se de um tema de extrema relevância não apenas para o Brasil, como também globalmente”, afirma Heloisa Schurmann.
Cultura
David Schurmann, cineasta e um dos líderes da Voz dos Oceanos, explica que a expedição terrestre fará o mapeamento da situação dos oceanos através dos “filtratores”. “A gente faz essa expedição por terra porque era uma busca que a gente queria, junto com a ciência, fazer esse mapeamento”, comenta David.
Além do recolhimento do material para a pesquisa, a tripulação vai registrar e divulgar projetos socioambientais, da cultura regional, atrações turísticas e gastronomia sustentável.
“Assim como na expedição marítima Voz dos Oceanos e aventuras da Família Schurmann, a nova expedição conta com ampla produção audiovisual: da cobertura diária nas redes sociais até uma série de três episódios e um documentário”, completa David.
A missão será de conscientizar a sociedade sobre a invasão e poluição dos resíduos, especialmente plásticos e microplásticos, no oceano, além das consequências da crise climática. Mobilizando pessoas, empresas e governos para a mudança de hábitos, a iniciativa vem desenvolvendo ações baseadas nos pilares arte, ciência, educação e inovação.
Para fazer a expedição terrestre, o projeto conta com o patrocínio de Localiza&co, apoio institucional da Marca Brasil e da Embratur, apoio nacional da Mitsubishi do Brasil e da Yacht Master e Marina Itajaí.
A tripulação
KATHARINA GRISOTTI: navegou de Galápagos à Nova Zelândia a bordo do veleiro sustentável Kat com a primeira etapa da expedição marítima. É oceanógrafa e produtora de conteúdo.
JESSYCA LOPES: bióloga marinha e produtora de estrada
MARÍLIA NAGATA: bióloga marinha, doutoranda em Oceanografia pelo Instituto Oceanográfico da USP e comandante da pesquisa científica
THAMYS TRINDADE: jornalista, documentarista especializada em Conservação de Natureza e Wildlife Filmmaking e diretora de fotografia da missão, além de motorista da expedição
BÁRBARA CLARA COSTA: jornalista e roteirista que ficará dando a apoio no escritório e não estará na estrada durante a expedição
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