A alta de R$ 90 representa um aumento de 6,37% sobre o salário mínimo atual, de R$ 1412. O salário proposto pode ser alterado até o fim do ano, conforme aumento ou queda da inflação. A expectativa é que o salário mínimo chegue a R$ 1582 em 2026, podendo alcançar o valor de R$ 1782 até 2028.
A taxa de 6,37% corresponde ao terceiro maior aumento do salário mínimo desde 2016. Naquele ano, o reajuste foi de +11,68%, quando o salário mínimo subiu de R$ 788 para R$ 880. Desde então, o valor apresentou taxas mais expressivas de crescimento em 2022 (+10,18%) e em janeiro de 2023 (+7,43%), seguido de outro aumento de +1,38% em maio.
Não dá pra viver
O economista Jairo Ferracioli explica que o salário mínimo do trabalhador pode ser comparado ao valor da cesta básica, não comprometendo mais do que um terço do pagamento. Nesta lógica, a alimentação ficaria restrita a R$ 500,67 a partir do novo salário proposto.
A pesquisa nacional da cesta básica do Dieese apresenta valores entre R$ 555,22 (Aracaju) e R$ 813,26 (São Paulo). Em Florianópolis, a cesta básica custou R$ 791,21 no último mês. Com isso, o salário mínimo deveria ser de, pelo menos, R$ 2373,63.
O salário mínimo ideal para uma família (dois adultos e uma criança) seria de aproximadamente R$ 6528,93, segundo o Dieese.
Salário mínimo na América do Sul
O maior salário mínimo da América do Sul é o do Uruguai, onde os trabalhadores ganham 21.106 pesos uruguaios, ou R$ 2.849,35. O Chile paga o equivalente a R$ 2.203,79 e o Paraguai R$ 1.845,51. Na Argentina, o salário mínimo é convertido para cerca de R$ 192,74. O menor da América do Sul é o da Venezuela, equivalente a R$ 81,85.
Meta fiscal
Além do reajuste do salário mínimo, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias prevê déficit zero para 2025. Para 2026, o objetivo é um superávit de 0,25%. Para 2027, a meta é de 0,5%, e para 2028, de 1% do PIB. “O Brasil não pode gastar mais do que arrecada, não pode gastar tudo o que arrecada e precisa gastar bem o que arrecada. É preciso, antes de tudo, ter compromisso com a responsabilidade fiscal”, afirmou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB).
ÚLTIMA DÉCADA
2025 (projeção): R$ 1502 (+6,37%)
2024: R$ 1412 (+3%)
2023 (maio): R$ 1320 (+1,38%)
2023 (janeiro): R$ 1302 (+7,43%)
2022: R$ 1212 (+10,18%)
2021: R$ 1100 (+5,26%)
2020 (fevereiro): R$ 1045 (+0,58%)
2020 (janeiro): R$ 1039 (+4,11%)
2019: R$ 998 (+4,61%)
2018: R$ 954 (+1,81%)
2017: R$ 937 (+6,48%)
2016: R$ 880 (+11,68%)
2015: R$ 788 (+8,84%)
2014: R$ 724 (+6,78%)