Quase meio bi
Banco Mundial libera dinheiro pros projetos do túnel do Itajaí-Açu e dos BRTs elétricos; veja as imagens
É a primeira vez que o Banco Mundial banca um projeto de mobilidade regional que beneficia conjuntamente 11 cidades
Ana Júlia Kamchen [editores@diarinho.com.br]
O Conselho de Administração do Banco Mundial anunciou que está aprovado o financiamento de aproximadamente R$ 450 milhões para o Projeto de Mobilidade Integrada Sustentável da Região da Foz do Rio Itajaí (Promobis), que libera dinheiro para o projeto do túnel submerso que ligará Itajaí e Navegantes, e também dos trens elétricos que devem ligar de forma inédita 11 cidades da região.
O projeto de mobilidade beneficiará Balneário Camboriú, Itajaí, Balneário Piçarras, Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itapema, Luiz Alves, Navegantes, Penha e Porto Belo, que são as cidades que fazem parte da Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí (Amfri). Balneário Camboriú também terá dinheiro para bancar as obras de revitalização da sua nova avenida Atlântica.
Cidades ligadas por BRTs
O projeto de mobilidade inclui o primeiro sistema de Bus Rapid Transit (BRT) da região, que irá operar exclusivamente com ônibus elétricos. Além disso, o investimento também será para bancar medidas de segurança viária e de instalação de ciclovias e passeios nos trajetos que vão dispor do BRT.
O intuito é melhorar a acessibilidade e a conectividade entre as comunidades de baixa renda. O projeto agora segue para a fase de implementação, explica o engenheiro João Luiz Demantova, diretor-executivo do CIM-Amfri.
O prazo previsto até a execução da obra é de cinco anos.
“Devemos terminar os trâmites burocráticos para a assinatura do contrato e paralelamente já vamos trabalhando nos termos de referência e processos de contratação da equipe de coordenação e dos projetos de engenharia necessários”, explicou o engenheiro Luiz ao DIARINHO.
Para Erico de Oliveira, prefeito de Ilhota e presidente do Consórcio Intermunicipal Multifuncional da Região Amfri (CIM-Amfri), a implementação das soluções de mobilidade vai incentivar o desenvolvimento econômico, a geração de novos empregos e de novas oportunidades de empreendedorismo, além oferecer maior qualidade de vida e sustentabilidade para as mais de 500 mil pessoas que vivem nessa região.
Segundo Johannes Zutt, diretor do Banco Mundial para o Brasil, este é o primeiro projeto do Banco Mundial em colaboração com um consórcio de municípios. O empréstimo tem um prazo final de 22 anos, incluindo um período de carência de sete anos.
Além do financiamento do Banco Mundial, os municípios da Amfri irão contribuir com mais cerca de R$ 152 milhões em contrapartidas. O projeto ainda prevê atrair mais de R$ 213 milhões do setor privado através de parcerias.
“Um resultado maiúsculo para nossa gente”, comemora um dos idealizadores do projeto
Um dos idealizadores e fomentadores do projeto, o ex-deputado federal Paulinho Bornhausen comemora que a aprovação do financiamento representa a materialização do Promobis.
“Esse projeto representa o início da tão sonhada e verdadeira autonomia regional, capaz de pular as burocracias e os eventuais esquecimentos das capitais federal e estadual para com nossa região. Assim vamos buscar soluções pensadas, projetadas e executadas localmente.
“Com financiamento do Banco Mundial, o principal banco de desenvolvimento do mundo, acontece uma quebra de paradigma. Um novo tempo.
É não ter mais volta. Um verdadeiro mais Santa Catarina, menos Brasil! Sem bravatas! Com entrega verdadeira. A todos que sempre acreditaram minha gratidão. Ao engenheiro João Luiz Demantova todo meu respeito, reconhecimento e gratidão. Sem ele nada teria se materializado. Agora, que venham as obras e o resultado maiúsculo para nossa gente! [...] Enxergo um futuro promissor para outras grande demandas não realizadas ainda em nossa região”, completou Paulinho.
Túnel ligando Itajaí X Navegantes
O consórcio também trabalha no projeto de construção de um túnel subaquático entre Navegantes e Itajaí que deve ser viabilizado através de uma parceria público-privada (PPP) apoiada pelos 11 municípios e pelo governo do Estado. O túnel cobraria uma espécie de pedágio para quem acessá-lo garantindo a viabilidade de investimentos da iniciativa privada.
“O túnel deve ter a tecnologia de túneis imersos. A seção transversal terá três células segregadas, sendo que as duas externas terão três faixas de tráfego em cada sentido, sendo uma delas em cada sentido exclusiva para o transporte coletivo. A célula central será para pedestres e ciclistas. O túnel deverá ficar ancorado a uma profundidade de 29 metros a fim de garantir um calado para navegação sobre de pelo menos 13 metros,” adiantou João Luiz Demantova sobre o projeto.