Continua depois da publicidade

O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo servidor público Francisco Johanssen, presidente do Sindicato dos Servidores da Foz do Rio Itajaí-açu (Sindifoz). Para Francisco, a revelação do áudio vazado na internet é uma afronta aos servidores de toda Navegantes e é inaceitável que um parlamentar use o direito dos servidores à reposição como moeda de troca para barganhar cargos.

O vereador Toninho já é alvo de uma medida protetiva da justiça de Navegantes, que o obriga a manter distância de uma coordenadora da câmara. Essa coordenadora o denunciou por assédio moral – ela teria sido atacada e humilhada pelo parlamentar.

A moça, de iniciais K. C., ocupava justamente o cargo de assessora das comissões, que Uller alega “ser dele”. Ela foi exonerada após a medida protetiva. Já o vereador do PL exigia a exoneração da servidora para que pudesse indicar quem irá ocupar a função. A decisão da Justiça foi no último dia 22 de março. 

Polêmica

No áudio, o parlamentar cita que os também vereadores Gabriel dos Anjos (Podemos), Sorilei Dapper, a Sol (PSD), e Lorival Kemper (PP), atual presidente da câmara, saberiam da sua intenção de trocar o envio do projeto pela criação da vaga.

Gabriel lançou nota negando saber da proposta de Uller – embora a sua voz também apareça no áudio vazado. Em vídeo publicado nas redes sociais, Francisco Johanssen apresenta o pedido de cassação do vereador do PL por “quebra de decoro" e pede a "moralização do poder legislativo”. Ao DIARINHO, Francisco explicou, entretanto, que o pedido não está em nome do Sindifoz, mas em seu nome.

“Informações deturpadas”, rebate câmara

A Câmara de Vereadores de Navegantes informou, em nota, que o projeto para revisão geral anual do funcionalismo tramitou, em 2021, e confirmou o vazamento do áudio entre Toninho e Gabriel.

O Poder Legislativo, entretanto, não se posiciona sobre o suposto acordo para que não houvesse a “tramitação adequada” do projeto na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), presidida à época por Toninho, e nem sobre a medida protetiva impetrada por K. C., que teria gerado a polêmica. 

A nota resume-se a informar que o projeto tramitou “de acordo com o regimento interno e lei orgânica” local, foi analisado em 19 de fevereiro daquele ano, e aprovado no dia 22 seguinte.

A nota, sem assinatura do presidente Lourival, diz que há “informações deturpadas” sobre o caso e “lamenta os transtornos”. A tramitação do projeto está disponível, segundo a casa de leis, para consulta pública. 

Toninho também foi chamado pela reportagem, mas não retornou. Entre os vereadores citados no áudio, apenas Gabriel dos Anjos se posicionou. O espaço está aberto para Uller e demais parlamentares citados.