SAÍDA NO FIM
PL anuncia oposição ao governo Morastoni
Partido Liberal diz que tá saindo do governo, mas cargos comissionados ainda não se desligaram da administração municipal
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]




Após mais de sete anos na base de apoio do governo Volnei Morastoni (MDB) e Marcelo Sodré (PDT), e faltando seis meses para as eleições municipais de 2024, o Partido Liberal de Itajaí anunciou pelas redes sociais que fará oposição ao governo de Itajaí. “O PL terá candidato a prefeito na cidade, num projeto de oposição à atual administração. Nesse sentido, não fazemos mais parte da base de apoio ao atual governo municipal”, diz a nota assinada pela executiva municipal do PL de Itajaí.
Ao DIARINHO, o vereador e pré-candidato a vice-prefeito do PL, Rubens Angioletti, confirmou o aviso para que todos os cargos comissionados do PL desembarquem do governo que fazem parte desde que Morastoni e Sodré venceram as eleições municipais em 2020. Apesar da anunciada saída, até à tarde de quinta, todos os cargos comissionados indicados pelo PL seguiam trabalhando normalmente na prefeitura de Itajaí.
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Oficialmente, explica Giovani Testoni, chefe de gabinete do prefeito Volnei Morastoni, o PL não comunicou à prefeitura ou ao prefeito sobre o desembarque dos cargos da administração municipal. “O governo e o prefeito não receberam oficialmente nada sobre isso”, disse Testoni.
A administração municipal também não informou quantos cargos comissionados ocupam a estrutura do governo por indicação do PL. Um dos nomes mais conhecidos é o da assessora de gabinete do prefeito Morastoni, a pastora Paula, que segue trabalhando normalmente, mas se anunciou como pré-candidata a vereadora pelo PL.
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O presidente do PL, Denísio Dolásio Baixo, não quis comentar a decisão de saída publicada nas redes sociais. Ele justificou que “está afastado deste debate e que as pessoas indicadas a falar sobre o assunto seriam Robison Coelho, ex-vereador e pré-candidato a prefeito de Itajaí, e Rubens Angioletti”.
Para Angioletti, ouvido pelo DIARINHO, não há contrassenso na saída do PL do governo Morastoni faltando seis meses para as eleições. “O PL lá atrás compôs a chapa com Morastoni, na época que era candidato. Natural que ele fizesse parte na vitória. Estamos chegando próximos, ao final de um período legislativo, eletivo, e vamos nos preparar para outro. Os partidos podem escolher se permanecem juntos com aquele grupo ou se constroem com outro. Isso é uma coisa natural [...]. É um novo grupo de oposição ao atual governo. Fazer parte de um governo que você ajudou a construir a vitória, não tem problema nenhum, é um governo de coalisão”, justificou.
Angioletti ponderou que não há uma data limite para os comissionados deixarem o governo. “A nota que a gente emitiu é para que deixem o governo a partir desse momento. É óbvio que tem aqueles casos que a pessoa está desenvolvendo a função, que não pode largar no meio, inclusive tem a própria condição financeira da pessoa, precisa de repente esperar fechar o mês, alguma coisa assim, mas tem que desembarcar. A nossa ideia é que a gente vai construir a nossa eleição distante do atual governo”, destacou.
Acordo vazado em aúdio
A saída do PL do governo Morastoni faz parte do pacto firmado entre Robison e Angioletti e vazado à imprensa através de um áudio. “A gente, como fez esse pacto com o Robison, estamos trazendo as nossas propostas. Um dos projetos é o distanciamento desse atual governo, que para mim é um dos piores governos que nós já tivemos em toda a história de Itajaí. Está em um final melancólico e com a cidade abandonada. Não tem como fazer parte disso”, frisou.
Angioletti alega que, embora tenha recebido o aval do governador Jorginho Mello para assumir a executiva do PL de Itajaí, não fez isso "em respeito aos colegas". “Eu não vou chegar lá agora e tratorar todo mundo e fazer do meu jeito. Estamos numa fase de preparar os nomes para fazer uma transição com a atual executiva. Alguns a intenção é que permaneçam, mas precisamos trazer a nossa marca e garantir que o nosso pacto, que são as mudanças necessárias”, disse.
Chapa pura na majoritária
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Angioletti confirmou que a majoritária será com “chapa pura do PL”, mas a sigla mantém negociações com os outros partidos. “O Robison está fazendo essas conversas. A gente tem uma composição com outros partidos. Na majoritária é chapa pura, prefeito e vice sim, mas isso não impede a composição com outros partidos. A gente está trabalhando nisso”, justificou. Robison Coelho não quis comentar o assunto.

Cão de Rubens "mandou áudios"
Angioletti comentou com o DIARINHO a história de que foi o cachorro de sua filha que disparou o áudio, na semana passada, anunciando o pacto feito entre ele e o Robison Coelho para saírem em chapa pura do PL na majoritária de Itajaí. O pacto teria sido firmado na frente do governador Jorginho Mello e da deputada estadual Ana Campagnolo (ambos do PL).
“Eu tenho um grupo de conselheiros e a minha filha, que mora no Santa Regina, já é casada, está nesse grupo também. Eu mandei o áudio para o grupo, porque eles estavam me perguntando o que que deu, era muita mensagem... Como eles estão sempre comigo, era natural que eles recebessem a informação de mim e não de outras formas. Eu mandei para eles (o áudio). E a minha filhinha, sem querer, não sei como é que foi, contou que o cachorro dela deitou em cima do celular e mandou o áudio no Grupo da Cocada [que reúne políticos e uma galerade Itajaí]. E dali que o pessoal disparou pra tudo quanto é lado...”, alegou.
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Com o curioso imprevisto, Angioletti diz que abortou a ideia de gravar um vídeo ou fazer uma live anunciando o pacto do PL de Itajaí.
Deputados do PL que não estiverem na majoritária sabotarão partido

O deputado estadual Carlos Humberto (PL) tá longe de aceitar que pode não ser o candidato do PL a prefeito de BC nas eleições deste ano. Ele se cercou do apoio dos colegas da bancada do PL na Alesc que anunciaram que estão fechados com CH e com o entendimento que devem ser eles os escolhidos para as majoritárias das respectivas cidades onde pretenderem disputar. Se isso não acontecer "prometem sabotar as candidaturas".
Ao DIARINHO, CH explicou que esse apoio interno da bancada do PL envolve todos os deputados estaduais da sigla que querem concorrer a uma vaga no executivo nas eleições 2024. “Os deputados estão unidos em torno das eleições. Deputado Sorato, deputado Massoco, deputado Carlos Humberto e deputado Sargento Lima – essa é uma posição de bancada”, afirmou.
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O pacto da bancada foi informado em uma reunião na Alesc. Os parlamentares afirmaram que somente farão campanha em BC se o candidato do PL for o deputado estadual Carlos Humberto. O mesmo ocorrerá nas cidades de Tubarão, Concórdia e Joinville, onde respectivamente Estener Soratto, Massoco e Sargento Lima se apresentam como pré-candidatos.
Além de se cercar com o apoio dos deputados do PL, CH disse ao DIARINHO que buscará apoio local. O deputado pretende conversar com todas as siglas, “menos com os de esquerda”.
A posição de CH e da bancada do PL na Alesc vai contra a decisão do governador Jorginho que é presidente estadual do PL e também ao que teria dito o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ambos teriam explicitado apoio ao candidato que o prefeito Fabrício Oliveira (PL) definir em Balneário Camboriú.
O PL de BC fez um acordo com o MDB que até então era oposição ao governo, para virar base de Fabrício em nome de uma aliança nas eleições municipais.
Não vai mesmo
Ao DIARINHO, o prefeito Fabrício disse que o deputado CH não será candidato nem a prefeito e nem a vice na chapa do PL em Balneário Camboriú. Sobre a movimentação de CH se anunciando pré-candidato, Fabrício diz que o deputado não cumpre o acordo firmado com o grupo político pelo qual foi eleito. “Creio que o movimento seja para desarticular aquilo que ele mesmo acordou: que é cumprir seu mandato até o final, como a urna lhe conferiu”, disse o prefeito de BC.
Ao DIARINHO, CH alegou que está em negociação com presidentes municipais de partidos, mas que por enquanto não faz ideia de quem seria o seu vice em uma eventual candidatura. “Tive conversa com o Lucas Gotardo e com o Rudis Cabral. Eu tenho uma proximidade muito grande com o Partido Novo e com a Democracia Cristã. Tenho portas abertas para todo e qualquer partido, menos os de esquerda: o PT, PSOL, mas os outros partidos estão no jogo”, afirmou..