BALNEÁRIO
Pacientes esperam quatro horas e saem sem atendimento no Ruth Cardoso
Policlínica do São Vicente, em Itajaí, também está com atendimento saturado
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O Hospital Ruth Cardoso, de Balneário Camboriú, e a Policlínica São Vicente, de Itajaí, estão sofrendo com superlotação e demora no atendimento. Entre as principais queixas estão a demora, comunicação confusa, falta de locais adequados para a espera e “descaso”.
Uma menina de 3 anos foi levada ao Ruth Cardoso no último sábado com febre e dores no corpo, aguardou a consulta por mais de quatro horas, até que seus familiares desistiram. “Um absurdo com os moradores. São dois pediatras que têm que atender o pronto-atendimento, a ala de urgência e emergência. Os dois têm que se virar nos 30. É um verdadeiro inferno com o ser humano”, reclama o tio da criança.
A família chegou com a menina no hospital por volta das 11h, e, após horas de espera, partiu para a UPA das Nações, onde conseguiu atendimento. Segundo o tio da menina, havia casos de pais que estavam aguardando com os filhos desde 8h. “Crianças esperando no corredor chorando, gritando de dor, e nada”, completa.
Em outro caso, um homem de 58 anos com febre, dor no corpo e dor de cabeça buscou atendimento no Ruth Cardoso na semana passada, mas também desistiu da consulta por conta da demora. Segundo relato de sua filha, os dois chegaram ao hospital às 19h30 e foram embora perto das 3h da madrugada, sem atendimento.
O que diz o hospital
Synthia Sorgato, diretora do hospital Ruth Cardoso, afirma que os dois pacientes foram chamados para o atendimento, mas não estavam mais no local. A diretora ainda explica que os pacientes são atendidos conforme a classificação de risco. “Estamos em um período de epidemia de dengue, com procura por atendimento elevada procura de pessoas com casos leves, de classificação verde”, diz.
Em casos de sintomas de dengue, a orientação é buscar o primeiro atendimento nas UBSs ou no centro de referência da dengue do município.
Confusão na policlínica
A mãe de uma paciente de 16 anos relata que buscou atendimento na policlínica São Vicente, no centro de Itajaí, no dia 18 e no dia 25 de março, mas foi embora sem ser atendida. A adolescente estava com dor de cabeça, febre, e dor nas costas, e saiu sem ver o médico nos dois dias. “Fomos na segunda-feira de manhã, mandaram ir à tarde. Fomos no final da tarde, por volta das 18h15, e falaram que era só urgência e emergência. Reclamei, questionei e nos colocaram pra esperar, mas chamavam outras pessoas na frente, então desisti”, relata a mãe.
A Secretaria de Saúde justificou dizendo que pela alta demanda de pacientes, em alguns dias a unidade precisou limitar o número de atendimentos à noite.