O pronto-socorro do hospital Pequeno Anjo, de Itajaí, ficou superlotado nesta segunda-feira. Esta foi a queixa de familiares de pacientes, que relatam casos de mais de nove horas de espera para atendimento e liberação dos pequenos. Dengue e doenças respiratórias são os principais diagnósticos.
Leila, avó de um menino de um ano, que tem bronquiolite, conta que o neto estava com a mãe no hospital desde às 12h. O bebê chegou com febre e respiração ofegante, passou pela consulta ...
Leila, avó de um menino de um ano, que tem bronquiolite, conta que o neto estava com a mãe no hospital desde às 12h. O bebê chegou com febre e respiração ofegante, passou pela consulta médica e só foi liberado depois das 17h.
“Teve mãe que foi embora com o filho ruim por conta da espera. Parece que tem gente aqui desde às 4h da manhã. Quando é internado é bem cuidado, mas o que pega é aqui [no pronto-socorro], metade já desistiu e foi embora. Precisa bastante médico, é muita criança”, comenta Leila.
O relato dos pais é de espera desde o início da manhã. “Eles estão atendendo, mas é muita demanda. A gente chegou às 11h e estamos saindo às 17h. Bem triste, sabe?”, comenta outra mãe.
Camila é mãe de um bebê de oito meses e chegou ao Pequeno Anjo por volta das 10h desta segunda. O bebê já estava em acompanhamento médico há quase um mês, com muita tosse.
Segundo Camila, o pequeno passou pelo exame de sangue, acompanhado pelo pai, por volta das 17h. “Só para ir para a triagem demorou uma hora. Depois, para o médico chamar, demorou três horas, para esperar mais cinco horas. Só agora que ele está fazendo o exame, e ainda vamos ter que esperar o resultado. Agora estou esperando minha mãe chegar aqui, porque nem café da manhã eu tomei”, relata Camila.
Nívea é mãe de uma menina de nove anos e conta que foi até o Pequeno Anjo buscar atendimento, mas desistiu em menos de uma hora por conta da fila. A menina chegou ao hospital com fraqueza, vomitando e com muita dor de cabeça, o que também foi o caso de muitos outros pacientes, segundo o relato da mãe.
“Eu só vou dizer uma coisa, é uma judiação, tá? Criança ali dentro sentada no chão chorando. Tem gente esperando desde as 8h da manhã. É muita criança doente. Eu tenho outra criança pequena também pra cuidar, eu não tenho como ficar esperando, até faltei meu dia de trabalho. Não sei nem mais o que fazer”, desabafou Nívea.
A direção do hospital Pequeno Anjo confirmou a superlotação. “Todos os setores estão cheios. Pais procuram o hospital por suspeita de dengue ou por doenças do aparelho respiratório”, informou a assessoria da unidade.