ITAJAÍ-NAVEGANTES
Complexo portuário chega a 1500 giros na nova bacia de evolução
Manobra de ré foi feita pelo gigante MSC Athens, de 300 metros, que atracou na Portonave
João Batista [editores@diarinho.com.br]
Complexo Portuário de Itajaí alcançou no domingo a marca de 1500 giros na nova bacia de evolução no rio Itajaí-açu. A operação se deu com o navio MSC Athens, que atracou no terminal da Portonave. A manobra pra que o cargueiro fosse conduzido de ré ao cais durou meia hora, no início da tarde.
O MSC Athens tem bandeira da Libéria e dimensões de 299,95 metros de comprimento por 48,20 metros de largura. Vindo do porto de Santos, o navio movimentaria 1575 contêineres no terminal. Ele desatracou no início da manhã de segunda, seguindo para o porto de Buenos Aires, na Argentina.
A manobra de ré na bacia de evolução do complexo portuário de Itajaí é exclusiva na América do Sul. O primeiro giro foi realizado em janeiro de 2020 pelo navio Valor, da Evergreen, de 300 metros de comprimento. Manobras com giro de navios ocorrem também em portos da Europa e Ásia.
A manobra permite que sejam feitas atracações simultâneas nos dois portos, em Navegantes e Itajaí. Como os terminais estão de frente um para o outro, com distância de apenas 400 metros, antes da nova bacia não era possível atracar navio se um dos portos estivesse com berços ocupados.
Com o novo acesso aquaviário, houve aumento de produtividade e melhoria da logística no complexo. Em 16 de junho de 2020, o maior navio full container a operar na costa brasileira, o APL Paris, de 347,40 metros, fez com sucesso a manobra de giro, fazendo história.
Nova etapa das obras
No momento, navios com até 350 metros de comprimento por 48 metros de largura, com até 12 mil contêineres, são os maiores que podem ser operados no complexo. A ampliação do limite depende da segunda fase da obra da nova bacia de evolução, permitindo cargueiros de até 366 metros por 51 metros, com até 16 mil contêineres depois, navios de até 400 metros.
A Superintendência do Porto de Itajaí informa que atua junto aos governos federal e estadual pra receber os recursos necessários pra finalização do projeto.
O primeiro passo pra continuidade das obras é o alinhamento com os órgãos ambientais para atender às delimitações necessárias, além do dinheiro pra execução.
Com base no histórico de aporte financeiro, em 2019, através de recursos da União, cerca de R$ 250 milhões estavam previstos no Plano Plurianual de 2020 a 2023.
A obra já projetada e licenciada abrange um raio de 530 metros de comprimento, de uma margem a outra do rio, para giros de 180 e 360 graus dentro da bacia de evolução.