A casa noturna onde duas argentinas teriam sido escravizadas sexualmente pelo dono do estabelecimento, na praia de Mariscal, em Bombinhas, foi interditada na sexta-feira pela Vigilância Sanitária. No local foram constatadas condições insalubres, alimentos mal acondicionados e até produtos vencidos.

Os órgãos de fiscalização foram chamados pela Polícia Civil após o cumprimento de ordens de busca e apreensão no endereço, dentro da investigação que apura crimes de estupro e cárcere privado. A batida ocorreu na quinta-feira passada, com o recolhimento de celular e imagens do circuito interno de câmeras de segurança.

No local também foi apreendida uma pequena quantidade de droga. Um homem suspeito foi levado pra delegacia e autuado por posse de drogas para consumo pessoal, mas foi liberado em seguida. As irregularidades na casa noturna levaram à cassação do alvará. Segundo a Polícia Civil, a casa está proibida de funcionar até a regularização.

Denúncia de estupro e cárcere privado

Um inquérito policial aberto na segunda-feira passada apura a denúncia feita por duas mulheres que trabalharam na casa noturna por duas semanas. Elas contam que eram mantidas como escravas sexuais e teriam sido vítimas de estupro e cárcere privado pelo dono do local, um homem de 49 anos.

As mulheres, de 21 e 22 anos, são argentinas. Elas já prestaram depoimento e passaram por exames de corpo de delito. De acordo com o delegado responsável, nada ainda foi comprovado. O suspeito negou todas as acusações, disse que nunca manteve as mulheres em cárcere privado e que não praticou qualquer tipo de irregularidade no estabelecimento.

No momento, não há suspeita de tráfico de pessoas e as vítimas não estão em programa de proteção. Uma delas está retornando para a Argentina com apoio da Assistência Social de Bombinhas e a outra vítima vai permanecer no país. A investigação seguirá com a análise das imagens de câmeras e do celular do suspeito pela Polícia Científica.