apartamento do cantor Alexandre Pires em Itapema foi alvo de buscas da Polícia Federal (PF) na segunda-feira. A Operação Disco de Ouro investiga o financiamento e a logística de um garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.
O cantor é suspeito de participar do esquema que, segundo a PF, movimentou cerca de R$ 250 milhões. A batida em Itapema foi na segunda-feira, quando Alexandre Pires estava fazendo show em um cruzeiro em Santos. As ordens judiciais foram autorizadas pela justiça de Roraima, que também determinou o sequestro de mais de R$ 130 milhões em bens.
O cantor chegou a ser ouvido pela PF. No apartamento em Itapema nada de ilegal teria sido encontrado. Os policiais procuraram documentos que comprovassem eventuais pagamentos recebidos pelo cantor de uma mineradora alvo da operação. A PF suspeita que ele recebeu cerca de R$ 1 milhão.
A operação é um desdobramento de uma ação da PF deflagrada em janeiro de 2022, quando 30 toneladas de cassiterita retiradas ilegalmente da Terra Indígena Yanomami estavam na sede da mineradora sendo preparadas para remessa ao exterior, com fraude documental.
O inquérito indica que o esquema seria voltado para a “lavagem” do minério, que seria declarado como originário de um garimpo regular no rio Tapajós, em Itaituba (PA), e transportado a Roraima, para tratamento.
A PF identificou transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e “laranjas” para encobrir movimentações fraudulentas. Além do cantor, o esquema contaria com o empresário dele, Matheus Possebon, que seria um dos chefes do núcleo financeiro. Após a operação, Pires retirou o nome de Matheus de seu perfil nas redes sociais.
Em nota, os advogados de Pires esclareceram que o cantor nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério. “Alexandre Pires jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações”, dizia a nota.
Outras cinco ordens de buscas e duas ordens de prisão foram cumpridas em Boa Vista e Mucajaí (RR), São Paulo e Santos (SP), Santarém (PA) e Uberlândia (MG).