Defesa Civil está em alerta porque o solo encharcado aumenta o risco de novas ocorrências
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Desmoronamento na avenida Ruy Barbosa interditou o trânsito (foto: João Batista)
Os mais de 130 mm de chuva em Itajaí e Balneário Camboriú encharcaram o solo e provocaram deslizamentos de terra graves nas últimas 24 horas. Em Itajaí, o caso mais preocupante foi em Cabeçudas onde o deslizamento derrubou um poste da Celesc e quase atingiu uma casa. Já em Balneário Camboriú houve registro de deslizamento na Vila Fortaleza, no Ariribá e na Praia dos Amores. Não houve o registro de vítimas durante as ocorrências.
Em BC, as chuvas provocaram a queda de terra no final da rua Pica-pau, no bairro Ariribá. Um rancho foi atingido, mas não houve vítimas. Os bombeiros e equipes da Defesa Civil prestaram ...
Em BC, as chuvas provocaram a queda de terra no final da rua Pica-pau, no bairro Ariribá. Um rancho foi atingido, mas não houve vítimas. Os bombeiros e equipes da Defesa Civil prestaram atendimento no local, que foi isolado.
O município informou que o local já era uma área de risco mapeada e atestada por vários relatórios técnicos. Em razão disso, os proprietários foram notificados para autorização de uma obra para que a contenção seja feita na encosta.
O primeiro passo da obra é o da sondagem. Para isso, um acesso foi providenciado na vegetação. Em razão das chuvas das últimas semanas, porém, não foi possível concluir a etapa do trabalho.
O rancho ao lado da casa já tinha sido interditado e após o deslizamento o local foi interditado. A família teve que se hospedar na casa de parentes. Também houve um deslizamento na avenida Ruy Barbosa, n Praia dos Amores, que interditou a via no sentido Balneário Camboriú, entre as ruas Clarice Lispector e Machado de Assis, altura da Pousada Reimar.
Um esquema de contrafluxo foi montado pelos agentes de trânsito no sentido Itajaí, deixando a via em mão dupla. Uma árvore também caiu na avenida Interpraias, na altura da Praia de Taquaras, deixando um lado da pista interditado.
Abrigo ativado
A Defesa Civil e a Secretaria de Assistência Social ativaram um abrigo no salão paroquial da igreja São Vicente de Paulo, no bairro São Vicente. O espaço atende 30 pessoas do loteamento Beija-Flor, no Portal 1, que tiveram que deixar suas casas em decorrência do extravasamento do ribeirão da Murta. No fechamento desta edição, os níveis do ribeirão estavam baixando.
Escolas detonadas
A chuva também provocou estragos em 10 escolas de Itajaí. Na Jorge Domingos Gonzaga, no São Roque, um banheiro e um corredor alagaram. Também houve alagamento na escola Henrique Marques, também no São Roque.
A maior parte das escolas alagadas fica em Cordeiros: Gisele Kawikioni, Amélia Muller, Ana da Silva Fontes, Rosinha de Souza. Na Murta houve problemas na Manoel Ferreira; no Salseiros na João Vieira Ramos, nas escolinhas Léa Leal e Laércio Malburg, da Barra do Rio, e Ângela Dias, do São Vicente. Apesar dos alagamentos, não haverá suspensão de aulas, segundo a secretaria de Educação. Todas as aulas estão mantidas.
Saúde
O posto de saúde da Canhanduba, na rua João Thomaz Pinto, teve os atendimentos suspensos nessa terça-feira por alagamentos. O serviço volta ao normal nesta quarta.
Deslizamento derruba casa na Vila Fortaleza
Um desmoronamento de terra derrubou uma casa de madeira na Vila Fortaleza, em BC. A mãe que vivia com os três filhos no local conseguiu se salvar com a família. Ninguém ficou ferido.
Segundo Fabrício Mello, coordenador da Defesa Civil, a casa foi interditada. “Teve um rompimento de uma caixa d'água, a casa praticamente foi destruída, mas não houve feridos”, explicou. A defesa Civil disse que não há riscos para os vizinhos.
Durante a ocorrência, moradores agrediram o coordenador do Departamento de Desocupações Irregulares (DECOI) com socos no rosto. A Guarda Municipal e a Polícia Militar foram acionadas.
O advogado Rafael Pierozan, que representa a Associação de Moradores da Vila Fortaleza, cobrou providências da prefeitura. Ele explica que há mais de três anos foi feito um acordo com o Ministério Público e a associação para regularizar a área e retirar as famílias do local de risco, mas o prefeito Fabrício até hoje não assinou o documento para dar prosseguimento à ação. “Essas pessoas precisam de ajuda. Nós estamos precisando do poder público para uma solução”, disse o advogado.
BC e Itajaí tiveram mais de 130 mm de chuva
Nas últimas 24 horas, os volumes de chuva acumulados em Itajaí superam os 140 milímetros. Os bairros Cordeiros, Espinheiros, Fazenda, Itaipava, Limoeiro, São Roque, Praia Brava e Colônia Japonesa foram os que mais registraram chuva.
Já Balneário Camboriú registrou 136 mm de chuva. A cidade teve alguns pontos de lâminas d’água, mas que foram se dissipando conforme o escoamento. Problemas com a chuva foram registrados nos bairros Ariribá, Praia dos Amores, centro e Vila Fortaleza.
Morraria de Cabeçudas cede e derruba poste
Moradores do bairro Cabeçudas sofreram com a chuva. Os vídeos mostram um deslizamento de terra na rua Geremias Caldeira, que fica na primeira travessa da rua Floriano Peixoto, com muito barro escorrendo pelas ladeiras.
A água desceu do morro com força e escorreu no sentido da praia. No alto do morro, perto da área que deslizou, existe uma casa em construção que devastou grande área de mata Atlântica. Ninguém se feriu.
A prefeitura de Itajaí informou que o trecho do deslizamento está bastante perigoso. “O local foi sinalizado pela Defesa Civil e continua interditado. As equipes da Secretaria de Obras estão aguardando a Celesc desligar a energia e assim que parar as chuvas, e não tiver mais risco de deslizamento, vão fazer a limpeza da área”, informou a Secretaria de Obras.
A Celesc informou que não desligou a energia imediatamente porque foi impedida pelo Corpo de Bombeiros de acessar o local devido aos riscos de novos deslizamentos.
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