Banho de mar
Praia Central de BC segue com maioria dos pontos poluídos
Itajaí está com a balneabilidade positiva; maré vermelha fecha áreas de cultivo de moluscos em Penha
João Batista [editores@diarinho.com.br]

O relatório de balneabilidade referente a esta semana mostra que Balneário Camboriú persiste com a maioria dos pontos da praia Central impróprios para banho. Dos 10 trechos monitorados, sete estão com balneabilidade negativa. A avaliação leva em conta os testes com amostras de água coletadas na segunda-feira.
Os pontos com condição própria estão na Barra Sul. Do trecho da rua 3000 até o Pontal Norte, a condição é imprópria. Seis dos pontos impróprios seguem poluídos desde outubro, apesar da melhora em alguns trechos, mas ainda com taxa de coliformes acima do limite. Nas praias agrestes, Balneário mantém positiva a qualidade da água.
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Análise do Instituto de Meio Ambiente (IMA) considerou que não houve chuvas nas 24 horas antes da coleta das amostras que possam ter influenciado no resultado.
O monitoramento das praias também é feito pela Emasa. Neste mês, a autarquia divulgou apenas um relatório, também com sete pontos impróprios na praia Central.
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Em Itajaí, os cinco pontos monitorados pelo IMA na Praia Brava, Cabeçudas e Atalaia estão com balneabilidade positiva. As amostras foram recolhidas na terça-feira. A situação melhorou em dois pontos na Brava Sul, que haviam sido negativados no início do mês.
Em Navegantes, os pontos estão 100% próprios na praia Central e negativos na praia do Gravatá.
Em Penha, são seis pontos impróprios entre 11 avaliados. Na região da Costa Esmeralda, Itapema e Porto Belo têm apenas um ponto impróprio para cada. Já em Bombinhas, dois pontos estão com balneabilidade negativa na saída do rio Bombinhas e na praia de Zimbros.
O monitoramento do IMA contempla mais de 100 praias em 27 municípios. Mesmo com condição própria, o órgão não recomenda o banho de mar nas primeiras 24/48 horas após a ocorrência de chuvas fortes, que podem arrastar material contaminado e poluir as águas.
Maré vermelha em Penha
A área de cultivo de mariscos e ostras de Penha foi interditada pela Cidasc após o resultado nesta sexta-feira do monitoramento de toxinas da chamada “maré vermelha”. Com a medida, a retirada, comercialização e consumo de mexilhões e ostras ficam suspensos temporariamente.
O oceanógrafo Gilberto Manzoni, coordenador do Centro de Maricultura da Univali, ressalta que a maré vermelha é um fenômeno natural, ligado à produção de ficotoxinas pelas algas, que mudam a coloração da água. O consumo dos moluscos contaminados com as substâncias pode causar diarreia.
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Na segunda-feira, novas amostras serão coletadas pra avaliar a liberação das áreas. “É um processo natural e logo as águas voltam às condições naturais. Daqui a pouco os mariscos e as ostras vão filtrar água, vão se autodepurar, e ficarão aptos para o consumo”, explica.
Ele destacou que o resultado do monitoramento demonstra o controle pra garantir a qualidade dos moluscos cultivados em Santa Catarina. “Nós somos o único estado do Brasil que regularmente faz o controle de maré vermelha, ficotoxinas e microbiológicos nas áreas de cultivo”, completa.
Além de Penha, no estado outras duas áreas foram interditadas pra comercialização de mexilhões: praia do Forte (Florianópolis) e praia do Cedro (Palhoça). No cultivo de ostras, apenas a área de Penha foi interditada, entre as 19 áreas em Santa Catarina. As fortes chuvas e a queda da salinidade da água estão ligadas ao problema.
“Possivelmente, seja consequência de toda essa chuvarada que traz ‘nutrientes’ do rio Itajaí e das bocas de lobo. Medimos a salinidade essa semana e na que passou. O normal seria ter um valor acima de 30 [ppt] e na terça-feira medimos 21”, relatou.