O sargento da Polícia Militar de Itajaí Tadeu José de Andrade, que coordenou a operação ilegal contra um grupo de moradores de rua, foi preso preventivamente na tarde de sexta-feira. Outras seis ordens de busca e apreensão foram cumpridas contra o grupo de policiais que promoveram a ação violenta contra andarilhos de Itajaí no final de outubro. As ordens judiciais foram solicitadas pelo Ministério Público estadual e autorizadas pela Vara de Direito Militar da Comarca da Capital.
As ordens foram cumpridas 10 dias após o grupo de moradores de rua ter sido obrigado a deixar Itajaí, escoltado por policiais militares liderados pelo sargento Tadeu que em horário de ...
As ordens foram cumpridas 10 dias após o grupo de moradores de rua ter sido obrigado a deixar Itajaí, escoltado por policiais militares liderados pelo sargento Tadeu que em horário de expediente e usando o aparato da polícia Militar, cometeram as ilegalidades.
Os andarilhos, bastante machucados, após terem sidos espancados, foram obrigados a deixar Itajaí, caminhando pelas margens da BR 101 até BC. No município vizinho, a Abordagem Social encontrou o grupo ferido e trouxe o caso à tona. “Por se tratar de investigação ainda em curso, e de cunho sigiloso, não serão repassadas maiores informações, sob risco de prejudicar o andamento das apurações”, informou o comando-geral da PM de Santa Catarina ao DIARINHO nesta sexta-feira.
A PM não informou se os demais policiais envolvidos na ocorrência foram afastados dos serviços nas ruas.
Condenado por tortura
Tadeu coordenou a ação três anos após ser condenado a 10 anos de prisão por tortura. A ação ocorreu 12 horas após o Centro de Direitos Humanos de Itajaí ter denunciado à corregedoria da PM os 13 casos de agressões sofridas por andarilhos, desde o final do ano passado, em Itajaí. O relato das denúncias foi feito a agentes de postos de saúde da cidade que atenderam as vítimas em diferentes ocasiões.
Segundo as denúncias, Tadeu voltou a trabalhar nas ruas mesmo após ele e outros três PMs terem sido condenados por tortura em 2020. De 2020 até janeiro de 2023, ele estava afastado do serviço externo.
As denúncias são de que, além de comandar operações irregulares e apreensões ilegais, Tadeu treinaria os policiais a “bater o suficiente pra impedir que as pessoas tenham condições de chegar à corregedoria da Polícia Militar para reclamar”.
O sargento também postou algumas de suas ações violentas nas redes sociais, como a da noite da expulsão dos andarilhos. O policial postou em seu Instagram uma foto na comunidade do Matadouro, ao lado dos comandados da PM, com a frase: “Bom descanso Itajaí. 2h40 Matadouro Itajaí”, escreveu. Todos os policiais que aparecem na imagem empunhavam armas na foto posada.
Em outra imagem, os moradores de rua apareciam sentados, olhando em fila para os policiais. “Para que o mal triunfe basta que os bons não façam nada!”, dizia a legenda do policial Tadeu. Na imagem um policial segura uma pá de construção civil.
